Suposta vidente aplicava golpes e cobrava grandes quantias para “proteger” as vítimas
Em 2009, um amigo indicou ao empresário Emídio Mendes, 69 anos, uma pessoa para ajudá-lo a solucionar problemas de tonturas.
Mendes então conheceu em São Paulo uma mulher chamada Vitória, que se dizia ser vidente. No entanto, seis anos após tentar resolver o problema das tonturas, o empresário estima que tenha tido um prejuízo de cerca de R$ 50 milhões.
Ele é dono de um grupo que inclui shopping, jornal e pedreira. Atualmente o empresário enfrenta uma briga judicial para manter o controle de suas empresas. Quanto as torturas? “Estão muito piores”, conta.
Maria Helena Gimenez, a vidente, está sendo investigada por supostos golpes contra empresário.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo conta que Maria Helena Gimenez, também é conhecida como Cristina Kwiek. A mulher tem idade e naturalidade incertas e, segundo dados da polícia,
possui até quatro RGs diferentes.
A reportagem apurou que a mulher faz parte de uma rede de falsos videntes especializada em obter grandes quantias com venda de trabalhos espirituais fraudulentos.
Os golpes envolvem supostos contatos com espíritos e também uso de animais mortos. Os supostos “videntes” convencem as vítimas a resolverem problemas criados, às vezes, pelos próprios golpistas. O montante a ser pago é revelado quando está tudo concluído.
Outra vítima foi o empresário paulista Caio Augusto Cardoso, 38 anos. Ele foi contatado por Márcia Kwiek e Alexander Queiroz, filha e genro da vidente e integrantes dessa mesma rede.
Em 2012, o empresário foi induzido a pagar R$ 6,5 milhões para libertar de um feitiço os pais dele, mortos anos antes. A “vidente” teria dito que a mãe do empresário estaria sofrendo com um “tumor espiritual”. O dinheiro exigido seria para compra de velas.
Cardoso foi alertado do possível golpe pelo irmão, e conseguiu que o banco interrompesse a transferência de ao menos R$ 3,5 milhões, conta a reportagem.
Em entrevista à Folha, a polícia afirma que deve haver vítimas deste tipo de golpe que não registram queixa, muitas por terem vergonha.
Atualmente, Maria Helena é investigada em três inquéritos na polícia, mas não consta na ficha criminal dela nenhuma condenação.
A Justiça Federal decretou, em 2012, a prisão de Maria Helena por falsidade ideológica e documento falso, em investigação que citava também estelionato, evasão de divisas e tráfico de mulheres. No entanto, a prisão foi revertida pelo então advogado de Maria Helena, Luiz Flávio D’urso, ex-presidente da OAB-SP.
A reportagem tentou entrar em contato com a suposta “vidente”, mas ela não foi localizada. Já o advogado D’Urso diz que não teve mais notícias dela desde que deixou o caso.