Apesar da incerteza sobre a volta, a direção de uma rede de escolas particulares adotou rígidas medidas de combate à covid-19 nas 8 unidades na capital de São Paulo. O protocolo elaborado por professores e gestores, inclui troca completa da roupa dos funcionários quando chegam da rua, kits com equipamentos de proteção individual, e até sirene para a troca de máscaras a cada três horas. Para os alunos: tapetes sanitizantes, dispensers de álcool em gel, e adesivos no chão e nas escadas, demarcando os sentidos de cada lado, fazem parte das medidas. Mesmo com todo o empenho, o futuro é incerto. Só uma das unidades perdeu metade dos alunos. Dos 860 estudantes, apenas 452 continuam matriculados.Mas, segundo Carlos Lavieri, proprietário da escola, 60% dos pais são a favor da reabertura. “Aí você fala que a escola é um lugar de risco, mas a realidade é que a gente largou as famílias em uma sinuca de bico, estão apelando às vezes para as soluções que são piores que a escola.”
Profissionais de diversas escolas também passaram os últimos meses investindo em recursos e estudando novas medidas de segurança para a retomada das atividades. Mas a capital paulista ainda não tem autorização para esse retorno. E a preocupação é que todo esse investimento se transforme em prejuízo. De acordo com o governo de João Doria a retomada oficial está prevista para o dia 7 de outubro, mas desde a última terça-feira, dia 8 de setembro, o governo liberou a reabertura mas apenas para atividades de reforço, extracurriculares. Dos 645 municípios, apenas 128 adotaram o protocolo.
A reabertura das escolas, tem dividido opiniões de pais e responsáveis. De um lado está o empresário Rodolfo Cândido, pai de três filhos em idades escolares, que é a favor da retomada das aulas. Ele diz que o estresse das aulas onlines já estão desgastando os pequenos que sentem falta da rotina escolar. “Eu sou a favor da volta às aulas, já reivindiquei isso outras vezes. Está tudo aberto ultimamente, poucas coisas que não voltou ao normal E tem a opção de não levar os filhos, não tem porque segurar mais.”
Do outro lado da moeda está Débora Martins, que é contra a retomada. A analista de cobranças é mãe dois meninos de 9 e 11 anos de idade, e não acredita que os estudantes vão seguir as recomendações. “Num primeiro momento até sim, pela preocupação, mas é só rever os amigos que aí vão se distrair e não vão seguir o protocolo 100%. Enquanto não tiver uma vacina e diminuir gradativamente a quantidade de casos e morto acho que não deveria haver o retorno.”
Nesta sexta-feira a prefeitura de são paulo divulgou o protocolo sanitário com medidas de prevenção a covid-19 na rede municipal de ensino. O projeto vai instalar equipamentos que para a transmissão de videoaulas para mais de 1.500 escolas municipais do estado de São paulo. No entanto a data do retorno continua indefinida.
*Com informações da repórter Hanna Beltrão