Matheus Martins Marques foi denunciado por mais de uma companheira. Ele é acusado de integrar uma quadrilha que invadia sistema de bancos.
O hacker de Santos, no litoral de São Paulo, que é procurado por realizar desvios milionários em bancos nacionais e estrangeiros, também possui histórico de violência doméstica. Segundo informações obtidas pelo g1 nesta sexta-feira (2), Matheus Martins Marques já foi denunciado por mais de uma companheira.
A reportagem apurou com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos que, além dos boletins de ocorrência, ordens de restrição já foram expedidas contra Matheus após ele ser agressivo com a própria companheira e uma ex.
Segundo a Polícia Civil, o jovem tem um ‘comportamento complicado’. No entanto, nunca houve uma ordem de prisão por conta dos episódios de violência doméstica. O mandado de prisão que existe contra ele foi decretado pela Justiça do Distrito Federal (DF) pela participação do santista em uma quadrilha que invade o sistema de bancos nacionais e estrangeiros.
O documento foi baseado nas provas colhidas em celulares e computadores de Matheus, que foram encaminhados para o DF após serem apreendidos pela Polícia Civil do Estado de São Paulo em endereços de Santos. Segundo o Deic, os mandados de apreensão foram cumpridos na casa do hacker e da mãe dele.
Ainda de acordo com o Deic, a equipe voltou a atuar em conjunto com a polícia do DF em maio, com objetivo de cumprir o mandado de prisão. Os policiais estiveram em cinco endereços ligados ao jovem: dois em Santos, dois em São Vicente e um em Praia Grande. No entanto, ele foi localizado em nenhum dos locais.
Esquema
Segundo apurado pelo g1, o grupo que Matheus está envolvido realizava chantagens após tentativa de ataque de ransomware [dispositivo que pode bloquear o computador] contra instituição bancária de Brasília e, depois, exigia um resgate em dinheiro para desbloqueá-lo.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, os suspeitos pediam cerca de 50 bitcoins, o equivalente a quase R$ 7 milhões, para não repassarem as informações que supostamente teriam sido acessadas das vítimas.
Ainda de acordo com a polícia, os criminosos serão indiciados pela prática dos crimes extorsão, com pena de reclusão, de quatro a dez anos, invasão de dispositivo informativo, com pena reclusão de 1 a 4 anos e associação criminosa, com pena de 1 a 3 anos.