Apesar disso, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania diz que não vê relação entre o assassinato e o suposto esquema envolvendo vereadores em Ubatuba.
A esposa do motorista de aplicativo William Germano, de 44 anos, que foi assassinado em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, afirma que dois meses antes da morte do marido recebeu ameaças após denunciar um suposto esquema de ‘rachadinhas’.
O boletim de ocorrência foi registrado no dia 2 de junho. No documento, a esposa, que é funcionária pública do município, relata que uma pessoa havia questionado se ela havia “falado sobre rachadinhas com alguém” e que ela “não sabia o dia de amanhã e o que poderia acontecer”.
O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania não vê relação entre a morte e o suposto esquema de rachadinha em Ubatuba, mas destaca que a apuração é feita pela Delegacia de Ubatuba. Até o momento, três pessoas foram presas.
Crime e prisões
De acordo com a Polícia Civil, o corpo de William Germano foi encontrado no dia 17 de agosto com sinais de violência física, incluindo marcas de espancamento e mãos amarradas.
Ele era motorista de aplicativo e, segundo a família, o último contato foi na noite do dia anterior, em 16 de agosto, quando ele retornava do trabalho para casa.
O corpo foi encontrado na Praia Vermelha do Norte. Já o carro da vítima foi encontrado a 7 km de distância, na Rua dos Nazarenos, no centro de Ubatuba.
Os dois primeiros suspeitos do crime foram detidos no dia 24 de agosto. Celio Pereira Santos Junior, de 21 anos, foi encontrado em Ubatuba em uma operação da Polícia Civil. Também no dia 24, Diego Felipe da Silva Messias Moraes, de 40 anos, foi preso em Guarulhos, na Grande SP.
O terceiro suspeito de envolvimento no crime, Thiago Alves Freitas, de 19 anos, se apresentou na última terça-feira (29), na Delegacia de Ubatuba.
Para a polícia, Thiago disse que foi o autor do disparo de arma de fogo que, em tese, tirou a vida de William, e que matou, amarrou, amordaçou, vendou e descartou o corpo da vítima sozinho. Ele afirmou que decidiu se apresentar à polícia para esclarecer que seu amigo, Célio Pereira, não participou do crime.
Ele reafirmou à polícia que o crime foi motivado por questões de foro íntimo e que não teve nenhuma relação com as denúncias da suposta rachadinha.
A Rede Vanguarda tentou contato com a defesa dos presos, mas, até o momento, não obteve retorno.