Escalada de tensão entre o Judiciário brasileiro e autoridades dos EUA se intensifica

Nos últimos dias, uma comissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apresentou um projeto para proibir a entrada do ministro Alexandre de Moraes no país, sob a alegação de que suas decisões ferem a liberdade de expressão.

A relação entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e setores do governo e do Congresso norte-americano atingiu um novo nível de tensão nesta semana, impulsionada por medidas dos Estados Unidos que questionam a atuação do Judiciário brasileiro.

O episódio gerou reações contundentes de autoridades nacionais, incluindo o ministro Alexandre de Moraes e o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.

O que aconteceu?

Na terça-feira (27), uma comissão da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei denominado Sem Censores em Nosso Território, que tem como objetivo impedir a entrada de Alexandre de Moraes nos Estados Unidos.

O texto prevê a proibição de entrada ou deportação de qualquer indivíduo considerado um “agente estrangeiro que viole o direito à liberdade de expressão ao censurar cidadãos norte-americanos em solo americano”.

A iniciativa reflete críticas de aliados do ex-presidente Donald Trump contra decisões de Moraes que afetam redes sociais, incluindo a remoção de conteúdos e perfis envolvidos na disseminação de desinformação.

Além disso, a plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media, grupo de comunicação ligado a Donald Trump, entraram com uma ação na Justiça americana na quarta-feira (19), acusando o ministro do STF de censura.

A resposta de Alexandre de Moraes

Diante da ofensiva norte-americana, Alexandre de Moraes fez um pronunciamento enfático, reforçando a soberania do Brasil e a independência do Judiciário:

Pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras. Pois deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor, independente e democrática. E construindo com coragem. Como sempre lembra a eminente ministra Cármen Lúcia, citando Guimarães Rosa: ‘O que a vida quer da gente é coragem’“.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também se manifestou e criticou aqueles que tentam “fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado” no Brasil.

Reação das autoridades brasileiras

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou uma nota de repúdio contra as medidas do governo e do Congresso norte-americano, reforçando a importância da independência do Judiciário e da soberania nacional:

A soberania nacional e a independência do Poder Judiciário são pilares inegociáveis de uma democracia sólida e consolidada, como a brasileira e a norte-americana“.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, também se manifestou em defesa de Moraes, classificando as ações dos EUA como uma “ingerência externa”.

By Balcão da Notícia

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