Bruno Lopez de Moura seria um dos responsáveis por dar ‘sinal’ de R$ 10 mil para jogador do Vila Nova para que fosse provocado pênalti em jogo. Após marcação não ser feita, ele teria passado a cobrar até mesmo o presidente do clube pelo prejuízo na aposta.
O empresário Bruno Lopez de Moura, que foi preso em São Paulo suspeito de participar de um esquema que fraudava resultados de jogos, era quem fazia as apostas esportivas e intermediava contatos com os jogadores, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Ele seria um dos responsáveis por entrar em contato com um jogador do Vila Nova e pagar um sinal de R$ 10 mil para que fosse provocado um pênalti no primeiro tempo de jogo.
“Ele atua nessa frente, ele é o responsável por realizar, de fato, a aposta, por também promover contato direto com os jogadores, por também fazer a cobrança, o que deu errado”, contou o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto.
Até a última atualização desta reportagem, nos não havia obtido contato com a defesa do suspeito para que se posicione.
Bruno foi preso temporariamente na terça-feira (14), durante a operação, que foi batizada de Penalidade Máxima. A prisão temporária tem duração de até cinco dias e o MP explicou que essa ação era necessária para evitar que a investigação fosse prejudicada. A operação ainda cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Goiás e outros estados.
Segundo o Ministério Público, um jogador do Vila Nova, que também é investigado por participar do esquema, recebeu um “sinal” de R$ 10 mil para provocar um pênalti no primeiro tempo de jogo. Se o pênalti fosse marcado – o que não aconteceu, ele receberia mais R$ 140 mil. Como a marcação não foi feita, o apostador teria começado a “cobrar” o jogador pelo prejuízo na aposta.
“Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal para atleta envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que em outros dois jogos houve o pênalti e os atores envolvidos esperavam receber, cada um, R$ 150 mil”, completou o promotor.
Em entrevista à TV Anhanguera, o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo , que também é major da Polícia Militar, contou que ficou sabendo da suposta fraude após o próprio apostador entrar em contato com ele, em novembro de 2022, pedindo que ele cobrasse do jogador, alegando que teve um prejuízo de cerca de R$ 500 mil.
“Essa pessoa, por incrível que pareça, passou a entrar em contato comigo me pedindo cobrar do atleta, que tinha recebido o dinheiro, a devolução daquele dinheiro. Ele alegava que aquele fato teria gerado um prejuízo de aproximadamente meio milhão para ele”, disse o presidente do Vila.