Em audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Trio, que é de Minas Gerais, não tem prazo para deixar a cadeia.
Em audiência de custódia, nesta quinta-feira (12), a Justiça Federal decidiu converter em preventiva a prisão em flagrante contra três homens apontados pela Polícia Federal como os responsáveis pelos 47 fuzis apreendidos, na terça-feira (10), numa mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Silas Diniz Carvalho, Rogério Paes Bento e Guilherme Beethoven Barbosa das Chagas foram levados para o sistema penitenciário do RJ, em Gericinó.
Silas é apontado pelos investigadores como o chefe do grupo. A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos presos.
O Rio de Janeiro bateu recorde de apreensão de fuzis este ano. Só nesta semana, foram 60 apreensões, 47 deles na mansão da Barra da Tijuca.
De janeiro para cá, 499 fuzis foram apreendidos pela polícia. Os números deste ano já são maiores que o total de apreensões de 2022 (478).
Segundo a polícia, o arsenal apreendido na Barra seria vendido para traficantes da favela da Rocinha.
A investigação começou no sábado (7), depois de uma festa na mansão. A partir daí os frequentadores da casa passaram a ser monitorados.
Na terça (10), um deles saiu do local carregando uma mala dentro de um carro. O veículo foi perseguido até a Praia da Reserva. O motorista percebeu, jogou a mala fora e fugiu. A mala estava cheia de fuzis.
De acordo com a Polícia Federal, os fuzis eram montados em um galpão na capital mineira que aparentemente funcionava como uma fábrica de móveis.
Especialistas em segurança dizem que os governos devem investir mais em inteligência e descobrir as rotas do tráfico de armas.
“Um dos fatores é melhorar essa abordagem, é melhorar no sentido de qualidade dessas apreensões. Não só verificar essas quantidades, é preciso entender que há uma diferença entre uma apreensão antes que o fuzil chegue nas mãos dos criminosos, e é investir no controle maior, numa vigilância melhor para impedir esse crime se conclua, o crime do tráfico de armas”, diz Robson Rodrigues.
Para Alessandro Visacro, esse não é um problema só do RJ.
“É um desafio realmente hercúleo. É muito difícil fazer frente ao tráfico internacional de armas na realidade brasileira”, diz Alessandro.
“Esse recorde de apreensão, sem dúvida nenhuma, traduz primeiro o aumento do volume de armas disponíveis, fruto da intensificação dessa disputa territorial do Rio de Janeiro. E segundo, traduz também o esforço das forças de segurança pública do estado do Rio de Janeiro em tentar controlar essa disputa frenética por território na capital fluminense”, completa.