Casal de cantores afirma que não foram despejados de imóvel de luxo. Justiça de SP foi favorável aos proprietários da casa em um processo de reintegração de posse.
Os bens dos cantores MC Guimê e Lexa voltaram a ser pauta nesta segunda-feira (24) após o casal afirmar nas redes sociais que não foi despejado de uma mansão em um condomínio em Alphaville, na Grande São Paulo, em razão de uma dívida de quase R$ 3 milhões (veja mais abaixo).
Guimê disse que decidiu comprar o imóvel em 2015 e, sem se atentar aos detalhes da negociação, assinou um “contrato muito ruim”.
Inicialmente, de acordo com os cantores, foram realizados pagamentos a um suposto proprietário da casa. No entanto, um novo proprietário teria surgido, provado ser o verdadeiro dono da mansão, e o casal diz que passou a fazer o pagamento a ele.
“Comecei a perceber que tinha algo de errado. Quando eu achei que as coisas seriam resolvidas, fui avisado sobre uma outra pessoa que era considerada proprietário legal da casa e que eu havia de pagá-la também, com urgência, porque, se não, perderia os bens e valores que já tinha dado. Traduzindo: eu estava pagando a casa para uma pessoa achando que era único dono, quando, de surpresa, me apareceu outro dono que tinha provas que era dono”, disse Guimê.
“Infelizmente, em uma extensa briga judicial, as coisas foram piorando e só causando mais tormento, tristeza, arrependimento de ter entrado nessa. Em 2021, decidi sair do imóvel para seguir uma nova vida em um novo lar enquanto o processo ia se resolvendo na Justiça. Vale lembrar que ninguém foi despejado e, quando tiveram a decisão de retomada de posse do imóvel, já não havia ninguém morando mais lá”, completou o cantor.
Processo de reintegração de posse
O g1 teve acesso ao processo de reintegração de posse movido pelo casal proprietário da mansão contra Lexa e Guimê.
Em novembro de 2020, a Justiça foi favorável aos proprietários e determinou a reintegração de posse do imóvel.
À época, a dívida da posse do imóvel até a desocupação, que aconteceu em 2021, estava em R$ 2,7 milhões.
Em dezembro de 2021, os proprietários do imóvel pediram que a sentença fosse cumprida.
O Tribunal de Justiça justificou que “o inadimplemento [de Guimê] remonta a, pelo menos, março de 2016. Tratando-se, portanto, de ocupação longeva, sem qualquer contraprestação”, ou seja, ele teria morado no imóvel sem efetuar pagamentos.
No entanto, a defesa de Guimê afirmou que o valor já havia sido pago e demonstraria isso em “momento oportuno”. Disse, ainda, que os proprietários são “devedores contumazes”. O advogado cita 23 reclamações trabalhistas contra o casal de proprietários que ultrapassam R$ 5 milhões.
Nesta segunda (24), Lexa afirmou que o casal recebeu, sim, pagamentos pelo imóvel. “Agora, eles conseguiram a casa de volta. Casa que era comprada, eles conseguiram de volta. Agora eles querem um aluguel por esta casa e ainda reclamaram do IPTU que eles nunca pagaram na vida”, disse ela.
Em outra publicação, Lexa diz que o negócio “foi o maior erro da vida” e “Guimê assinou o contrato mais bizarro do mundo porque confiou nas pessoas erradas”. Segundo ela, a casa tinha “IPTU atrasado, problema na estruturação, planta toda irregular na prefeitura”, e os donos não teriam pago a construtora que fez a casa.
O g1 solicitou posicionamento ao advogado dos proprietários da casa, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.