O São Paulo falhou em sua missão de vencer o Internacional, fora de casa, para ganhar embalo antes da decisão do ano na Argentina. Com igualdade por 1 a 1, no Beira-Rio, o time de Fernando Diniz chegou ao quinto jogo sem triunfo e vai com o moral abalado a Buenos Aires, onde terá que ganhar para resgatar a chance de ir às oitavas de final da Libertadores. Mesmo atuando por meia hora com um jogador a mais, não conseguiu buscar a virada.
Quarta-feira, diante do River Plate, no Monumental de Nuñez, um empate até mantém a equipe viva na Libertadores. Mas deixaria o São Paulo com raras chances de vaga, já que precisaria tirar uma diferença de 11 gols de saldo para os argentinos na rodada final. A vitória que não veio nos últimos cinco jogos será obrigação. O duro é achar qual caminho a seguir. No Sul, em confronto direto entre segundo e terceiro colocados e que podia significar ultrapassagem sobre o oponente, o futebol até melhorou. Mas não o suficiente para a busca de três pontos. A marcação é boa, mas falta mais ambição na frente.
Daniel Alves voltou após perder sete jogos por causa de fratura no antebraço e depois de se envolver em polêmica por “festa” durante a semana. Sua presença era para ganhar ritmo para a decisão de Buenos Aires. Voltou errando passes fáceis, finalizando sem força e mostrando, contudo, liderança para orientar o time o tempo todo. Acalmou, por exemplo, os jovens da defesa.
Os times entraram em campo abalados por dolorosas derrotas na Libertadores para LDU e Grêmio, respectivamente, e necessitando de rápida recuperação. A ordem de ambos era atacar. Os técnicos Fernando Diniz e Eduardo Coudet, que tiveram seus nomes ventilados a possíveis demissões após os tropeços do meio de semana, prometiam reação após ganhar voto de confiança. O são-paulino, respaldado pelo ídolo Raí, enquanto o colorado garantido pelo presidente. Sabiam, porém, que necessitavam de resposta imediata. Na corda bamba, passaram o confronto gritando e gesticulando sem descanso.
O São Paulo mostrou logo que não ia se retrair e, com um minuto, já chegou no ataque. Luciano podia ter caprichado mais na cabeçada. O time de Diniz mostrava a coragem que terá de utilizar na Argentina. O São Paulo era melhor, atacava e marcava com segurança, até Thiago Galhardo, aos 19, abrir o marcador em cabeçada forte, após cruzamento preciso de Moisés. O goleador se colocou bem entre os zagueiros Diego e Léo.
A reação foi ligeira. Luciano, que vem fazendo muita falta ao São Paulo na Libertadores, aproveitou desvio de Pablo e empurrou de joelho para as redes do Inter, aos 25. O São Paulo mandou na reta final da etapa, mesmo sem chances claras. Diniz voltou com Brenner na etapa final para tentar desencantar. Mas foi nos pés de Tchê Tchê que caiu a primeira grande chance da virada. Lomba salvou. Gol que não se perde na cara do goleiro
A expulsão de Zé Gabriel, aos 14 do segundo tempo, abriria caminho para o São Paulo virar. Bastava ter cabeça no lugar e frieza nas chances criadas. Mas faltou capricho e tranquilidade para furar o paredão vermelho. Com um a mais, o São Paulo esbarrou no goleiro Marcelo Lomba, que salvou com os pés o chute de Igor Vinícius e segurou a cabeçada de Daniel Alves. Mesmo melhor, faltou criatividade e o time paulista mais uma vez lamentou um tropeço.
*Com Estadão Conteúdo