Marcelo Betchel foi preso suspeito de praticar crimes de violência psicológica, injúria e estelionato contra uma contadora em Aparecida de Goiânia. Polícia diz que ele é suspeito de golpes em Goiânia, Brasília e Minas Gerais.
Um homem foi preso suspeito de se passar por um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) e até piloto de avião para seduzir mulheres e aplicar golpes. Ao g1, a Polícia Civil explicou que, para cometer os crimes, Marcelo usava de táticas como simular que a conta do banco ou o cartão estavam bloqueados na hora de pagar a conta e até vender benefício aéreo falso (entenda os crimes abaixo).
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Marcelo para um posicionamento até a última atualização deste texto. À reportagem, a FAB ressaltou que não há registro de que o suspeito tenha integrado o quadro efetivo da instituição.
A prisão de Marcelo aconteceu na segunda-feira (23). Segundo a delegada Bruna Coelho, responsável pela investigação do caso, ele foi preso suspeito de praticar crimes de violência psicológica, injúria e estelionato contra uma contadora em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
No entanto, a Polícia Civil explicou que, além do caso investigado em Aparecida de Goiânia, o homem é suspeito de ter cometido golpes em Goiânia (veja informações abaixo), Minas Gerais e Brasília.
Golpes
Conta bloqueada
A Polícia Civil explicou que o homem não tem emprego formal e, por isso, “vivia dos pequenos golpes que cometia”. Segundo a delegada Bruna Coelho, no caso investigado em Aparecida de Goiânia, a vítima teve um relacionamento amoroso por um ano com o homem. Ao g1, a delegada explicou como era o crime de estelionato aplicado contra a mulher:
“Eles iam para um resort de luxo, ele chegavam lá falava: ‘Minha conta está bloqueada, tem como você passar? Depois eu te dou, e ia passando. Se você contar no cartão dela todas as vezes que ela passou, tem mais de R$ 10 mil. Tem também a vez que ele alugou um carro para ele, passou do prazo e renovou com o cartão dela sem autorização”, detalhou.
Aluguel de carro
Ainda de acordo com a Polícia Civil, outra ocorrência em que uma mulher teria “seduzida” pelo suspeito, ocorreu em Goiânia, por meio de um aplicativo de relacionamento. No entanto, a delegada explicou que a relação não teve uma duração longa e acabou depois do suspeito locar um veículo no nome da mulher para que ele utilizasse e não a pagasse. Na ocasião, a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência relatando não saber onde Marcelo estaria com o veículo e até que teria tido conhecimento que o suspeito retirou o rastreador do carro alugado.
Venda de benefício aéreo
Segundo a polícia, mesmo enquanto mantinha um relacionamento com a contadora, o homem aplicava pequenos golpes, principalmente contra as pessoas próximas à mulher.
“Ele mantinha um relacionamento com ela e aplicava golpes quando eles viajavam, aos amigos ao redor”, explicou Bruna.
A delegada ainda pontuou que esses crimes que eram praticados contra pessoas ao redor da vítima de estelionato eram praticados da seguinte forma: o suspeito dizia que era militar da aeronáutica e vendia um benefício aéreo para a pessoa, que custava entre R$ 8 mil a R$ 10 mil reais, com a promessa de que ela poderia viajar o mundo todo.
“Ele vendia o benefício aéreo caro para a pessoa poder viajar o mundo, não entregava e pegava o dinheiro. Ele usou vários títulos não apenas para engambelar dentro dos aplicativos [de relacionamento], mas fora deles”, acrescentou.
Uma das vítimas de golpe, segundo a delegada, teria sido o próprio chefe da contadora, que comprou do suspeito o benefício aéreo no valor de R$ 18 mil.