A Unesco (Organização das Nações Unidas pra a Educação, a Ciência e a Cultura) nomeou oito novos Geoparques Globais nesta quarta-feira (13), sendo dois deles no Brasil: a região do Seridó, no Rio Grande do Norte, e os Cânions do Sul, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O selo reconhece regiões geológicas de importância internacional, e tem o objetivo de auxiliar na conservação do meio-ambiente e da cultura local. O desenvolvimento sustentável também é um dos focos da iniciativa, de acordo com a organização. Após a nova atualização, atualmente são 177 Geoparques Globais, em 46 países.
O agora Geoparque Global de Seridó possui mais de 120 mil habitantes, e entre eles há comunidades quilombolas. Ele tem sede em Currais Novos, no Rio Grande do Norte, mas os seus 2.800 quilômetros quadrados de extensão abrangem seis municípios: Parelhas, Cerro Corá, Carnaúba dos Dantas, Acari e Lagoa Nova.
A geodiversidade no local é grande, acompanhada de uma biodiversidade também ampla, parte do bioma da Caatinga, que é exclusivamente brasileiro. Lá, é possível analisar mais de 600 milhões de anos da história do planeta Terra, segundo a Unesco: o geoparque possui “uma das maiores mineralizações de scheelita da América do Sul, um minério de tugstênio, além de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras Mesozóica e Cenozóica”, disse a entidade em nota.
Já o Geoparque Global Caminhos dos Cânions do Sul faz parte da Mata Atlântica, com rios e quedas d’água. Os cânions foram “formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante a dissolução do supercontinente Gondwana há cerca de 180 milhões de anos”, de acordo com a Unesco.
A região abriga cerca de 74 mil habitantes, e ocupa as cidades de Cambará do Sul, Jacinto Machado, Mampituba, Morro Grande, Praia Grande, Timbé do Sul e Torres, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os outros parques selecionados ficam na Europa. A Ásia, a África e a região árabe ficaram de fora da nova seleção devido às restrições da pandemia da Covid-19, que dificultaram a avaliação da Unesco.