O Hospital de Campanha do Ibirapuera do Governo de São Paulo deu alta, neste sábado, 26, ao último paciente da unidade. O Sr. Iray Fernandes, de 70 anos, representa a alta de número 2.433 da instalação. Morador de Várzea Paulista, mas nascido em Extrema (MG), o paciente começou a apresentar os sintomas da Covid-19 em 8 de setembro, chegando à unidade hospitalar no dia 16 deste mês, já precisando de oxigênio. O morador é considerado do grupo de risco por ser hipertenso, cardiopata e já ter sofrido um AVC, em 2010. A saída de Iray foi acompanhada marcada por uma salva de aplausos e acompanhada pela Sra. Aparecida Andreza Silva, a primeira paciente que foi internada no hospital, por onde permaneceu por cinco dias. “Eu acho que se eu tivesse ido para qualquer outro hospital, eu não teria tido uma recuperação tão rápida. Eu fui muito bem tratada por toda a equipe e só tenho a agradecer”, elogia a manicure de 33 anos, hoje em pleno estado de saúde.
Iray e Andreza foram aplaudidos pelas equipes de saúde da unidade, que receberam uma série de homenagens pelos trabalhos prestados durante os cinco meses de enfrentamento da pandemia na unidade. Equipes das Forças de Segurança do Governo de SP (Policiais Militares, Civis e Técnico-Científicos, Bombeiros, Defesa Civil e do Grupo de Resgate – GRAU) levaram cartazes com mensagens positivas e de agradecimento, salvas de palmas, luzes e sirenes para recepcionar os colaboradores que ajudaram a salvar vidas. Os profissionais que atuaram no hospital de campanha do Ibirapuera saíram do local com uma medalha, com a frase “Você fez a diferença. Nossa força vem da união”, carregando 500 balões nas cores azul e branca. As bexigas foram lançadas ao ar para representar e homenagear todas as 2,4 mil vidas salvas no hospital.
Balanço
O hospital iniciou atividades em 1º de maio deste ano com 265 leitos disponíveis, sendo 28 de unidades de terapia intensiva. Ao todo, 3.189 pessoas foram acolhidas na unidade temporária, que recebeu aprovação de 99% dos usuários em pesquisa espontânea de satisfação, segundo informações do governo do Estado de São Paulo. Ao todo, pacientes de 106 cidades passaram pela unidade hospitalar, sendo que 82,7% foram moradores da Grande São Paulo (2.638), 12,5% da região de Campinas, (400) e 3% de Sorocaba (99). Os demais vieram das regiões de Piracicaba (29), Baixada Santista (13), Vale do Paraíba (5), Vale do Ribeira (2), Ribeirão Preto (2) e São João da Boa Vista (1). Durante os meses de funcionamento, 800 profissionais atuaram na “linha de frente” da unidade contra a Covid-19, sendo mais de 200 médicos, cerca de 450 profissionais de Enfermagem, além de equipes de Fisioterapia, Farmácia, Assistência Social, Nutrição, Psicologia, Fonoaudiologia, apoio técnico e recepção.
Após a última alta concedida neste sábado, equipes de saúde vão trabalhar na primeira fase da desmobilização dos materiais e insumos hospitalares. Segundo anúncio feito pelo governador de São Paulo, João Doria, na sexta-feira, 25, a previsão é que a estrutura comece a ser retirada no dia 30 Em entrevista à Jovem Pan neste sábado, João Gabbardo, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 em SP, afirmou que os equipamentos médicos serão levados para hospitais permanentes do Estado, ampliando a capacidade de atendimento das unidades. Ao todo, 268 colchões, 100 camas, 12 televisões, 74 vasos sanitários, 118 torneiras, 14 chuveiros, 62 cubas de porcelana, 53 pias e quatro tanques de aço inox serão doados.