O setor de telecomunicações prevê mais de 500 mil demissões a partir do ano que vem caso o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre a desoneração não seja derrubado pelo Congresso Nacional. O governo vetou a prorrogação do benefício até dezembro de 2021, e agora, ele pode durar apenas até o fim deste ano. A desoneração sobre a folha de pagamento vale para 17 setores da economia. Segundo a presidente da Feninfra, Federação Nacional de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática, Vivien Suruagy, o setor pode ser um dos mais afetados. Ela aponta que cerca de 350 mil trabalhadores de call center e 200 mil de infraestrutura podem ser demitidos, além de 450 mil na área de Tecnologia da Informação deixando de ser contratados. Vivian Suruagy considera um risco a manutenção do veto.
De acordo com a presidente da Feninfra, o setor de telecomunicações paga anualmente R$ 60 bilhões em tributos, com a média de tributação chegando a 47,5%. Sobre a reforma tributária, Vivien Suruagy é contra qualquer aumento de alíquota. O veto à desoneração das folhas salariais deve ser analisado pelos deputados e senadores no dia 30 de setembro. Para ser derrubado, é necessário o voto da maioria dos parlamentares das duas Casas. Para ganhar tempo, o governo vem conseguindo adiar a votação junto ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, mas sabe que o cenário mais provável é de derrota.
*Com informações do repórter Levy Guimarães