Machos da espécie podem entrar em conflito para disputar fêmeas ou conquistar territórios.
A serpente da espécie caninana (Spilotes pullatus) é uma das espécies mais comuns de serem encontradas no Brasil, estando distribuídas em todo o país, exceto em algumas regiões do Sul. São facilmente reconhecidas pelo padrão de cores amarelo e preto e pelo seu grande porte (podem medir até dois metros de comprimento).
Os machos da espécie podem apresentar um comportamento agressivo quando confrontados por outro da espécie. Normalmente, isso acontece quando procuram conquistar o mesmo território ou, mais frequentemente, quando disputam a atenção de uma mesma fêmea da espécie.
José Fernando Rossi, de 55 anos, flagrou o momento exato em que duas caninanas brigam em frente ao rio Mogi Guaçu, em Mogi Guaçu (SP). “Estava pescando com minha mulher. Moro na beira do rio e nunca vi nada parecido. Bonito assim, é a primeira vez que vi. Fiquei impressionado. Minha primeira reação foi gravar na hora. Escutamos o barulho e fomos ver o que estava acontecendo”, conta José.
O herpetólogo Willianilson Pessoa conta um pouco sobre o porquê das caninanas apresentarem esse comportamento agressivo quando atritam entre si. “As fêmeas são o principal motivo de combates entre machos de todas as espécies. Muito provável que esteja chegando ao período reprodutivo. Eles sabem que aquele ambiente tem uma fêmea propícia pra copular. Território é pouco provável, mas pode ser também. São os dois motivos pelo qual esses bichos brigam, não por alimento. Garantindo o território eles têm os alimentos, não vão brigar diretamente pela mesma presa”, afirma Willianilson.
Essa espécie de cobra apresenta comportamento agressivo entre elas, mas com os seres humanos é diferente. Por possuírem um tipo de dentição denominada áglifa, não inoculam peçonha. Assim como jiboias e sucuris, as caninanas tentam parecer agressivas para enfrentar o predador em um confronto, mas apenas como estratégia de defesa.