Quando a inflação está muito baixa, pode ser um obstáculo ao desenvolvimento de um país, pois pode adiar o consumo e desacelerar a economia. No entanto, em excesso, a inflação também é prejudicial, pois desvaloriza o dinheiro, comprometendo o poder de compra das famílias e desestimulando investimentos de longo prazo. Por muitos anos, o Brasil enfrentou essa situação extrema. Em 1993, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA fechou o ano em 2.447,15%. Isso significava que um produto que custava CR$ 10 mil no início do ano passou a valer mais de CR$ 244 mil ao final de dezembro.
Essas altas inflacionárias, um problema crônico no Brasil por décadas, eram tão complexas de resolver que os seis programas de estabilização criados entre 1986 e 1991 fracassaram em controlá-las. Foi apenas em 1994 que o Plano Real começou a ser implementado, o que ajudou a estabilizar a economia nacional.
Com a redução dos gastos públicos, a criação da Unidade Real de Valor (URV) como moeda de transição e, finalmente, a implementação do Real, a inflação tornou-se menos volátil. No entanto, na visão de Caio Mesquita, co-fundador e CEO do Grupo Empiricus, a economia brasileira não se transformou na melhor alternativa para investidores.
Mesquita alerta que “o que começou como uma solução para a hiperinflação no Brasil pode estar se transformando em um grande problema”. Ele destaca que “além da significativa desvalorização de nossa moeda, o Brasil, infelizmente, é hoje um dos piores destinos do mundo para investimentos”. Isso é evidenciado pela forte desvalorização do real ao longo dos anos: em julho de 1994, R$ 100 equivaliam a US$ 116,28; já em 2023, esse mesmo valor caiu para apenas US$ 14,80, conforme dados do Banco Central.