O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, reforçou a afirmação do governador João Doria, feita na quarta (23), sobre o Estado começar a vacinar contra a Covid-19 ainda em 2020. Na coletiva de ontem, o Governo de São Paulo apresentou resultados de um estudo chinês que mostram que a CoronaVac registrou poucos efeitos colaterais e alta produção de anticorpos após aplicação da segunda dose nos testes feitos na China — cerca de 97%. A potencial vacina contra o coronavírus está sendo testada em seis estados brasileiros pelo Instituto Butantan. Os resultados daqui devem começar a ser consultados em 15 de outubro.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Gorinchteyn explicou que a fase 3 vai avaliar a eficácia desses anticorpos — ou seja, o quanto eles protegem da Covid-19. E é por isso que a maioria das vacinas estão sendo testadas em profissionais da área da saúde: são as pessoas que mais estão expostas à doença. Nessa etapa, metade do grupo recebe uma dose da potencial vacina e a outra metade recebe um placebo — o chamado teste duplo-cego. Quando os resultados forem abertos, provavelmente em outubro, vão ser avaliados de forma comparativa quanto foi eficaz em cada grupo. “Isso vai ajudar a Anvisa a dar o aval para a vacina ser distribuída, reconhecendo que é segura e eficaz”, disse.
O Instituto Butantan é o responsável por essa fase dos testes: acompanhar os pacientes e todos os ritos de pesquisa e laboratório, além de identificar os centros de pesquisa. Mesmo sem ter o crivo da Anvisa, em outubro, São Paulo já vai receber 6 milhões de doses da CoronaVac. Até 31 de dezembro, o Estado vai somar 46 milhões delas. A previsão é de que, no fim de fevereiro, 60 milhões de doses da potencial vacina já estejam disponíveis para imunizar a população. “Possivelmente, se todo cronograma for seguido de forma adequada e com liberação da Anvisa, é possível que no final de dezembro ou inicio de janeiro a gente já vacine alguns grupos prioritários”, disse. Jean Gorinchteyn, no entanto, lembrou que o Brasil vai precisar de vacinas além da CoronaVac, por conta do número de doses disponíveis, para imunizar a população mais rápido.