O ex-secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, alegou que o governo é muito lento para o seu ritmo e, por isso, resolveu deixar a pasta após um ano e meio. “Tudo na vida tem um ciclo e nem todas as pessoas que começam no governo vão até o final. Acredito que esse tempo já foi suficiente para eu dar minha contribuição”, justificou o pedido de demissão que aconteceu na última terça-feira (11). “Fizemos um bom trabalho nesse período, mas o governo é muito lento para o meu ritmo. Estou acostumado com a iniciativa privada.”
No mesmo dia, Paulo Uebel também deixou o posto na Secretaria Especial da Desburocratização, Gestão e Governo Digital — mas Mattar nega debandada, como alegou o ministro Paulo Guedes. “Dois liberais da iniciativa privada saírem no mesmo dia, Guedes considera debandada. Mas eramos dois de dez secretários. Foi uma coincidência de ter, no mesmo momento, eu e Uebel deixando o governo”, disse. “Vou estar torcendo pelo Ministério da Economia. Deixei o governo, mas não deixei de apoiar a pauta da economia e do presidente Bolsonaro.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Salim Mattar negou que sua saída tenho correlação com o teto de gastos e disse acreditar que tanto a reforma tributária quanto a reforma administrativa ainda tem chances de avançarem nesse ano no Congresso — que, de acordo com ele, se mostra responsável e preocupado diante dos efeitos da crise motivada pela pandemia da Covid-19. Outro ponto altamente defendido por Mattar é o da necessidade de privatização. “Quem gera emprego e riqueza é a iniciativa privada. Por mim, privatizaria todas as empresas, sem exceção”, alegou.
Para o ex-secretário, as estatais são uma péssima alocação de recursos. “Não existe estatal eficiente, o Estado não tem que se empresário. Isso é uma violação do Artigo 173 da Constituição. Estatal só pode existir se for por motivo de segurança nacional ou de relevância coletiva. Os governos anteriores violaram a Constituição porque pegamos um governo com 698 empresas estatais” disse. “Não me sinto confortável que o país tenha alguma estatal, isso não é papel do Estado”, finalizou.