Algumas vezes, para se obter o diagnóstico de alguma doença ou de algum mal do qual o paciente vem sofrendo é necessário fazer um procedimento chamado laparotomia exploradora. Segundo o cirurgião-geral Marcelo Marcos Heidrich, trata-se de uma abertura cirúrgica da cavidade abdominal com o objetivo de observar os órgãos e identificar a causa de determinado sintoma ou alteração em exames de imagem.
Conforme explica Marcelo Heidrich, a laparotomia exploratória é realizada ao se constatar sinais de alterações dos órgãos abdominais, por isso é dito que sua finalidade é voltada ao diagnóstico. “Apesar de ser um procedimento eletivo, a laparotomia exploratória pode ser feita em casos de emergência, como em grandes acidentes de carro, por exemplo”, esclarece o cirurgião.
Na maior parte das vezes, de acordo com Marcelo Heidrich, o exame é indicado com o intuito de investigar algumas suspeitas, como sangramento abdominal; perfurações no intestino; inflamação do apêndice, intestino ou pâncreas; presença de abscessos no fígado; sinais indicativos de câncer (principalmente pâncreas e fígado) ou presença de adesões.
Por ser um procedimento invasivo, esse tipo de exame diagnóstico deve ser realizado no centro cirúrgico com o paciente sob sedação. “Também é recomendado que a pessoa permaneça no hospital para acompanhamento, facilitando assim sua recuperação. Sem contar que isso reduz o risco de complicações, como hemorragias e infecções”, explica Marcelo Heidrich.
A laparotomia exploratória ainda pode ser considerada para investigar algumas condições no organismo feminino, tais como endometriose, câncer de ovário e do colo do útero, ou mesmo uma gravidez ectópica. “A diferença é que, nestes casos, em vez da laparotomia geralmente opta-se pela videolaparoscopia, feita com pequenas incisões para a passagem de uma microcâmera, sem necessidade de um corte maior”, destaca o cirurgião-geral Marcelo Marcos Heidrich.
No caso de qualquer alteração encontrada durante a laparotomia exploradora, segundo explica Marcelo Heidrich, pode ser coletada uma amostra de tecido para biópsia. “Outra possibilidade, em caso de identificação de qualquer alteração, é a realização da laparotomia terapêutica, que consiste no tratamento e correção do problema”, diz.
Ainda pelo fato de tratar-se de um procedimento invasivo, Marcelo Heidrich destaca a possibilidade de algumas complicações, como problemas relacionados à coagulação, aumento do risco de hemorragias e infecções, formação de hérnias ou mesmo dano a algum órgão localizado na região abdominal. “Essas complicações, apesar de não serem comuns, costumam acontecer durante a laparotomia exploradora de emergência. Pacientes fumantes, que ingerem muita bebida alcoólica, diabéticos, obesos ou com outras doenças crônicas também exigem uma atenção maior”, ressalta o cirurgião geral.