O Ministério da Saúde realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 12, para tratar da evolução da Covid-19 no Brasil e a disponibilidade de vacinas para a população. Desde o anúncio da Rússia sobre o primeiro imunizante registrado no mundo e a parceria anunciada hoje entre o governo russo e o Estado do Paraná, existe dúvida se o país vai utilizar essa vacina. O Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, afirmou que não há preferência por produção no SUS.
“A preferência é a que chegar com eficiência comprovada”, disse Hélio, que também explicou o processo para a escolha de qual imunizante usar. “Primeiro é importante o elemento da eficácia, segundo se quem produz tem capacidade produtiva de ofertar um número que atenda as necessidades do Brasil. O foco é salvar o maior número de vidas o quanto antes. Vamos atrás de soluções. O problema é que tem gente sofrendo e gente morrendo e estamos aqui para resolver”, complementou.
O secretário deixou claro que o governo pode usar outras vacinas além das que estão em desenvolvimento no país. No momento estão em fase de testes no Brasil a da Sinovac, produzida pela China e a da Universidade de Oxford/AstraZeneca, produzida pelo Reino Unido. Sobre como será a distribuição das vacinas, o secretário afirma que esperará pelos resultados dos testes, mas reforça que o país tem capacidade para imunizar toda a população. “Nós temos a expertise acumulada de décadas sobre como distribuir vacinas. Temos 37 mil postos de vacinação pelo país e essa vacina [contra a Covid-19] chegará a quem precisa”, disse Arnaldo.
Em relação aos grupos prioritários, Arnaldo afirmou que não serão os mesmos da influenza, mas que será avaliado segundo a patologia da Covid-19 que é diferente dos vírus que já circulam pelo país. “Não falamos que criança não vai ser vacinada, mas o coronavírus entre crianças é de menor impacto”, concluiu.
Segundo dados divulgados pelo Ministério na coletiva, até agora foram realizados 3.810.322 teste de PCR e 5.532.136 testes sorológicos no país, totalizando 9.342.458 exames – quase 5% de toda a população.
Medidas contra a disseminação do vírus no país
Questionado sobre as ações do governo contra a disseminação do vírus pelo território nacional, Arnaldo argumentou que é necessário ter ações pontuais. “O Brasil é bastante heterogêneo, quando a gente pensa em Covid-19 no Brasil precisamos analisar as regiões e os estados. Ela tem se manifestado de maneiras diferentes em cada lugar”. O secretário reforçou o discurso que o governo tem adotado nos últimos dias. No aparecimento de qualquer sintoma, é necessário buscar o auxílio médico. “O Ministério vem trabalhando e insistindo em usar máscaras, higienizar as mãos, as superfícies e evitar aglomerações. Todas essas condutas precisam ser reforçadas e estimuladas”, completou Arnaldo.