Miliciano é suspeito de ser um dos principais matadores do bando do Zinho. Governador disse que há fortes indícios que Vaneza Lobão tenha sido executada pela milícia.
A Polícia Militar prendeu nesta quarta-feira (29) um dos suspeitos de executar a policial Vaneza Lobão, de 31 anos.
A cabo da PM foi morta na porta de casa em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, na última sexta (24).
Após trabalho de inteligência, equipes da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) prenderam Deividi William Goés Gonçalves, conhecido como Gordinho, na Rua Girassol, em Cosmos, também na Zona Oeste.
A cabo era lotada nessa delegacia, que investiga crimes de PMs – inclusive ligados a milícias e ao jogo do bicho. Logo após o crime, o governador Cláudio Castro afirmou haver indícios de que ela tenha sido executada por milicianos.
Apontado como matador do bando de Zinho
O g1 apurou que Deividi é suspeito de ser um dos principais matadores do bonde do miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho – dono da maior milícia do estado do Rio de Janeiro, e um dos criminosos mais procurados.
Gordinho seria responsável por até mesmo fatiar os corpos depois das execuções, para dificultar as investigações.
Com ele, a polícia apreendeu uma pistola calibre 9mm e quatro carregadores. A ocorrência foi apresentada na 36ª DP (Santa Cruz).
Dor para a família
A irmã de Vaneza Lobão fez um desabafo nas redes sociais pouco depois de a cabo da PM ser sepultada neste domingo (26) no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
Andreza Lobão escreveu nas redes sociais: “Meu amor, tá doendo muito. Pede a Deus aí de cima para nos ajudar a suportar a sua falta”.
O cunhado, marido de Andreza, também postou: Quem não vai deixar a gente gastar o dinheiro que não tem nas baladas? Para sempre nós”.
Vaneza foi morta na porta de casa, na Rua Passo da Pátria, em Santa Cruz, Zona Oeste da Cidade do Rio, na sexta-feira (24).
O velório dela teve início às 14h deste domingo (26), e o corpo foi sepultado pouco depois das 16h30.
Parentes e amigos vestiram uma camisa em homenagem à agente. Compareceu à cerimônia o secretário estadual de Polícia Militar, Cel PM Luiz Henrique Marinho Pires.
Investigações
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino determinou que a Polícia Federal auxiliasse a polícia do Rio na investigação do caso.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, lamentou a morte e afirmou que a resposta deve ser rápida e dura.
“Há indícios que sejam milicianos do qual ela investigava. Ela fazia parte da nossa Corregedoria”, comentou o governador.
Esposa viu tudo
Vaneza e a companheira estavam saindo de casa na noite de sexta para ir à academia, quando a cabo da PM foi assassinada.
A policial estava no carro e a companheira tinha aberto o portão da casa, quando o crime ocorreu. Ela foi morta com tiros de fuzil disparados por bandidos encapuzados, que estavam em um carro preto.
Vaneza estava há 10 anos na PM e era lotada na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e trabalhava em um setor dedicado à investigação de milicianos e contraventores. A unidade é subordinada à Corregedoria-Geral da Polícia Militar.
R$ 5 mil de recompensa
O Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 5 mil por informações que ajudem a identificar os suspeitos do crime.
A Delegacia de Homicídios e a 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) foram acionadas.
Desde o início do ano, 52 agentes de segurança foram mortos no Rio de Janeiro. De acordo com o Disque Denúncia, entre os mortos, 46 eram policiais militares.
Na madrugada deste sábado (25), durante diligências para tentar localizar os suspeitos do crime, a PM prendeu um miliciano no loteamento Madean, em Santa Cruz. Uma arma foi apreendida com o criminoso, mas a polícia diz que ainda não é possível confirmar se ele participou do assassinato de Vaneza.