A Polícia Civil de São Paulo está investigando a ligação entre prefeituras e o PCC, o Primeiro Comando da Capital. As suspeitas de elos entre gestores municipais e a facção aumentaram depois da prisão do vice-prefeito de Arujá, Márcio José de Oliveira, no final de julho. Oliveira é suspeito de operar o esquema por meio do mega traficante Anderson Larceda Pereira, aliado da quadrilha e foragido da polícia. Com aval do vice, Lacerda controlaria a direção de unidades de saúde da cidade para lavar dinheiro do tráfico de drogas e atender integrantes do PCC feridos em tiroteios com a polícia.
O delegado de Guarulhos, Fernando Santiago, diz que a ideia agora é ampliar a investigação para outros municípios do Estado. Ele explica que no caso da prefeitura de Arujá, Anderson atuava como dono dos hospitais. “Chama atenção nesse caso é que o próprio traficante era o dono da saúde do município. Ele administrava o hospital municipal. Não podemos dizer que ele era o secretário de saúde, mas a saúde era dele”, afirma.
Ainda de acordo com o delegado, Anderson Lacerda tem como ídolo o narcotraficante mundial Pablo Escobar. “Uma formas de imitar o seu maior ídolo seria constituir um sítio onde ele pretendia rechear de animais exóticos. Foi apreendido, por exemplo, um jacaré de papo amarelo, que inclusive corre risco de extinção. Um animal enorme que, segundo anotações do próprio Anderson, comeria dois frangos por dia”, explica. A Comissão da Câmara de Arujá, que investiga o prefeito da cidade e o vice-prefeito, entrou na segunda fase na semana passada. A Jovem Pan não conseguiu entrar em contato com a defesa do vice-prefeito. A reportam não obteve resposta da prefeitura da cidade sobre questionamentos.
*Com informações do repórter Leonardo Martins