Leandro Machado da Silva foi até a Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, com o advogado.
O policial militar Leandro Machado da Silva, procurado desde segunda-feira (4) pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, no Centro do Rio, se entregou à polícia nesta terça (5). Mais cedo, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital tinham prendido Cezar Daniel Mondego de Souza, o terceiro suspeito identificado. Eduardo Sobreira Moreira, que era alvo desde segunda, segue foragido.
Leandro foi até a Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, com o advogado.
Os investigados por envolvimento no assassinato do advogado são:
Cezar Daniel Mondego de Souza: apontado como responsável por monitorar a vítima no dia do crime e nos dias anteriores. Tinha cargo comissionado com salário de até R$ 6 mil na Alerj e foi preso nesta terça.
Eduardo Sobreira Moreira: também é suspeito de vigiar os passos da vítima até a execução. Está foragido.
Leandro Machado da Silva: policial militar que, segundo as investigações, providenciou os carros usados no crime. Entregou-se nesta terça. Também é apontado como segurança de Vinícius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drumond. Vinícius nega.
Cargos na Alerj
Cezar trabalhava na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) desde abril de 2019 e ganhava R$ 6 mil como assessor comissionado do Departamento de Patrimônio da Casa. Em dezembro do ano passado, foi reenquadrado e passou a receber R$ 2 mil.
Na quinta-feira passada (29), 3 dias depois da morte de Crespo, Cezar foi exonerado, a pedido, para que Eduardo assumisse seu lugar. A troca chegou a ser formalizada no Diário Oficial.
Com a deflagração da operação para prendê-lo, nesta segunda-feira, a movimentação foi anulada, e o cargo, declarado vago pela Alerj.
Segundo a polícia, Cezar e Eduardo, que está sendo procurado, foram os responsáveis pela vigilância e monitoramento da vítima até a execução. Crespo foi seguido por pelo menos 4 dias.
O carro usado pela dupla foi alugado pelo policial militar Leandro Machado da Silva.
Os investigadores já descobriam que o PM Machado tinha a prática de alugar veículos na locadora da Zona Oeste do Rio. Ainda de acordo com as investigações, o carro foi entregue a Eduardo.
Machado já foi investigado e preso pela prática de homicídio, e por integrar grupo paramilitar com atuação em Duque de Caxias.
A polícia continua as investigações para tentar identificar outros envolvidos e a motivação da execução do advogado no Centro do Rio.
Criminosos tentaram enganar a polícia
A execução do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, foi uma ação articulada por uma série de subterfúgios utilizados pelos criminosos para tentar enganar a polícia e dificultar a identificação dos assassinos.
Até chegar, às 17h15 de 26 de fevereiro, na Avenida Marechal Câmara, Centro do Rio, os bandidos se utilizaram de estratégias que demonstram, desde o início, não se tratar de um crime comum. Já no dia seguinte à morte de Rodrigo Crespo, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos disse que a ação havia sido planejada.
Os policiais da Delegacia de Homicídios, responsáveis pela capital do RJ, já descobriram algumas medidas adotadas pelos criminosos. Três suspeitos já foram identificados.
Um veículo V/W Gol, de cor branca foi alugado numa locadora de carros. Assim, a proprietária é a empresa e qualquer perícia é prejudicada pela alta rotatividade do carro.
Além de usar um veículo alugado, os criminosos utilizaram um carro idêntico ao retirado na locadora, mas com uma placa copiando uma real, o chamado clone.
Num lugar cheio de câmeras de segurança, só foi possível flagrar alguém correndo, encapuzado, para realizar disparos contra o advogado Rodrigo Crespo. Até o momento, a polícia não identificou o assassino.
Apesar dessa estratégia e um planejamento que levou os criminosos a seguirem o advogado por, pelo menos, três dias anteriores à sua morte, a DH já conseguiu traçar o caminho de um dos veículos usados no crime.
Os investigadores já descobriam que o PM Machado tinha a prática de alugar veículos na locadora da Zona Oeste do Rio.
Em algumas das ocasiões, Machado alugava o veículo em nome de um laranja e não do seu. A DH já descobriu que Vinícius Drumond, filho de Luizinho Drumond, também já reservou o veículo utilizando o nome do mesmo laranja.
A polícia suspeita que Machado trabalhasse para Vinícius Drumond. Vinícius nega.
A Polícia Civil busca ainda saber quem executou o advogado, quem é o mandante do crime e qual a motivação.