Informação foi confirmada durante o julgamento do segundo envolvido no caso, no Fórum de São Vicente. Gustavo de Souza Militão Pavlik foi acusado de ser o responsável por um atentado contra a deputada estadual e ex-repórter da TV Tribuna, Solange Freitas, em novembro de 2020.
O policial militar Gustavo de Souza Militão Pavlik, condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) a cinco anos de prisão, estaria trabalhando na corporação, após um ano da decisão da Justiça. Pavlik foi acusado de ser o responsável por um atentado contra a deputada estadual e ex-repórter da TV Tribuna, Solange Freitas, em novembro de 2020, quando a jornalista era candidata a prefeita de São Vicente (SP).
A informação sobre o retorno do PM ao trabalho foi confirmada pelo advogado de defesa de Diego Nascimento Pinto. Diego é apontado como o segundo envolvido no crime. O julgamento dele começou no Fórum de São Vicente nesta terça-feira (24) e segue nesta quarta (25).
Segundo a deputada estadual, Pavlik está em liberdade. “Eu soube que ele já saiu da cadeia e pior ainda, que ele voltou para PM. Como pode um condenado por tentativa de homicídio voltar à corporação? Não dá pra acreditar né?”, disse Solange.
Na época, o policial perdeu o cargo público, uma vez que a conduta dele foi considerada incompatível com a responsabilidade e o grau de compromisso com o bem comum exigidos pela corporação. O documento, que o g1 teve acesso, diz que “embora [ele] não possa ser considerado tecnicamente como detentor de maus antecedentes, o fato é que sua culpabilidade foi intensa”, explicava a sentença.
Solange disse ainda que vai buscar esclarecimentos juntos aos órgãos estaduais. “Eu vou procurar a Segurança Pública do estado e o governador, porque não é possível que isso tenha acontecido. Se isso aconteceu comigo, que sou uma deputada, imagina o que não acontece com a população?”, finalizou.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve um retorno até a última atualização desta reportagem.
Segundo envolvido
O julgamento de Diego Nascimento Pinto, um dos acusados de participar do atentado contra a deputada estadual Solange Freitas (União Brasil) em novembro de 2020, começou na terça-feira (24), no Fórum de São Vicente, no litoral de São Paulo, e deve ser concluído nesta quarta (25).
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, serão ouvidas cinco testemunhas de acusação e três de defesa. Depois das oitivas, o réu será interrogado. Diego é julgado pelos crimes de participação por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso, que dificultou a defesa da vítima.
Relembre o caso
A candidata à Prefeitura de São Vicente pelo PSDB, Solange Freitas, e outras quatro foram alvos de tiros enquanto passavam pela Avenida Monteiro Lobato, na Vila Voturuá, por volta das 10h30 do dia 11 de novembro de 2020 (veja vídeo acima).
Um motociclista se aproximou do carro com a equipe, atirou na direção da janela do passageiro e fugiu em seguida. No entanto, o carro era blindado e ninguém ficou ferido.
No mês anterior ao atentado, criminosos invadiram o comitê eleitoral da candidata. A porta do local e uma placa, com o nome de Solange, foram destruídos. A fiação elétrica também foi furtada.
Solange Freitas
Solange Freitas é jornalista e começou a atuar na região na TV Litoral em 1991. Já em 2005, ela entrou para a equipe da TV Tribuna, afiliada da TV Tribuna na Baixada Santista e Vale do Ribeira.
Ela atuou como repórter até o início de 2020, quando se desligou da empresa para concorrer a Prefeitura de São Vicente pelo PSDB. Ela não venceu as eleições municipais, mas em 2022, foi eleita deputada estadual pelo partido União Brasil, com 81.870 votos.