Equipes se concentram na área do QG do Exército e conduzem bolsonaristas para sedes das polícias Federal e Civil no DF
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Exército Brasileiro desmobilizaram o acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel-General da Força Armada em Brasília, na manhã desta segunda-feira (9/1). A ação ocorreu de forma pacífica e, segundo a Polícia Federal (PF), resultou na prisão de 1,2 mil pessoas.
Os militares deram uma hora para os acampados saírem do local e escoltaram os grupos de bolsonaristas em mais de 50 ônibus disponibilizados pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob). Os extremistas foram levados para a Superintendência da PF e o Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Depois de retirarem grande parte dos bolsonaristas, com auxílio das tropas de choque e da cavalaria, os militares entraram no acampamento, de fato, por volta das 9h50.
Alguns apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) choraram, mas continuaram a sair de maneira organizada, nos ônibus do sistema de transporte público coletivo do DF.
O Exército informou que 1,4 mil indivíduos foram retirados do local para passarem por uma “triagem”, e a PF calcula 1,2 mil foram presos até as 10h30 desta segunda-feira (9/1). Aproximadamente 3 mil bolsonaristas estavam acampados em frente ao QG.
Por volta das 10h40, restavam praticamente barracas vazias e tendas montadas pelos grupos concentrados no QG.
A chegada das equipes atende determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que demandou a desocupação da área em até 24 horas. A desmobilização ocorre um dia após os atos de vandalismo registrados contra as sedes dos Três Poderes, nesse domingo (8/1).
Fuga pelo Noroeste
Com medo de um possível embate com as forças de segurança e Armadas, os acampados partiram com itens pessoais em mãos, como malas, colchões e estruturas de barracas. No momento, o acesso de veículos à região do QG está proibido.
Por isso, diversas pessoas deixaram o local por vias que passam perto do Setor Militar Urbano (SMU), por trás do bairro Noroeste.
Os apoiadores do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) se instalaram no local em 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições, e permaneceram lá desde então.
O movimento começou como forma de questionar o resultado legítimo das eleições de 2022 e evoluiu para casos de vandalismo e depredação na área central de Brasília.
Investigações apontaram que grupos acampados em frente ao QG do Exército tiveram relação com atos terroristas em 12 de dezembro, bem como uma tentativa de atentado perto do Aeroporto de Brasília, também no mês passado.