Marina Mesquita Silva, de 23 anos, chegou a ficar internada por três dias, mas não resistiu. Caso foi registrado como morte suspeita e será investigado pela Polícia Civil.
O pai da jovem de 23 anos que morreu em Leme (SP) após extrair o dente do siso disse, nesta segunda-feira (22), esperar por justiça.
Marina Mesquita Silva teve uma infecção e morreu uma semana após ter extraído o dente. A jovem chegou a ficar internada por três dias, mas não resistiu. A Polícia Civil investiga o caso.
“A gente não sabe o que aconteceu, então espera Justiça. Não por mim, mas por ela, para não acontecer com mais pessoas, com o filho de mais ninguém”, disse Antonio Ivan Pereira da Silva em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
“É uma dor muito triste o que a gente tá passando. Da perda a gente não recupera mais a nossa filha, Deus ajuda a tocar a vida pra frente”, disse o pai.
Em nota, a defesa da clínica Odontoclinic lamentou a morte de Marina e informou que reúne os documentos do prontuário da paciente para entregar às autoridades. Disse ainda que “tudo foi feito para resguardar a vida e saúde da paciente”. (veja abaixo o posicionamento completo).
Silva disse que a filha era uma pessoa muita querida por todos e que tinha muitos sonhos, entre eles ter um filho e trabalhar como cabeleireira. “As coisas delas estão todas compradas. Ia montar um salão para ela, mas não deu tempo”, contou.
A mãe, Mariz Izabel Silva, lembrou de como a filha era alegre e gostava de ajudar as pessoas. “Ela era tudo, boa para os outros, fazia tudo o que precisasse. O que ela queria, ela fazia”, disse.
Namorado de Marina, o montador de churrasqueira Leandro Felipe dos Santos contou que conseguiu vê-la um dia antes no hospital.
“Vi ela pela última vez. Está sendo muito difícil. A casa que eu ela estava morando junto, não sinto coragem nem de entrar lá dentro”, relatou.
Após a morte de Marina, o g1 ouviu o cirurgião dentista Mario Henrique Arruda Verzola, especialista em cirurgia e traumatologia buco maxilo facial e professor de cirurgia da Unicep São Carlos (SP), que deu orientações para antes e depois do procedimento.
O que diz a defesa da clínica
“A Clinica desde o primeiro até o ultimo atendimento da paciente Marina, esteve sempre na disponibilidade para a solução do caso. Está reunido todos os documentos do prontuário da paciente para quer seja remetido às autoridades, mesmo antes de ser requisitado.
A clínica lamenta o ocorrido, mas demonstrará que tudo foi feito para resguardar a vida e saúde da paciente, sendo que Marina era nossa cliente desde 2012, e nesse período passou por vários tipos de procedimentos.
Como a paciente foi encaminhada para a Santa Casa de Leme, e lá se deu o óbito, também está no aguardo da emissão do laudo necroscópico para outras informações”.
Morte e investigação
Segundo o boletim de ocorrência, registrado pelo pai da jovem, Marina tomou os antibióticos receitados pelo dentista e realizou a extração do dente no dia 10 de maio. Logo após a cirurgia, começou a sentir muitas dores no local.
Ela procurou atendimento e foi liberada pelo menos 4 vezes:
Dia 12 de maio: voltou ao consultório para avaliação e foi liberada.
Dia 13 e 14 de maio: também procurou atendimento médico no Pronto Atendimento Municipal, sendo atendida e liberada.
Dia 15 de maio: a jovem voltou ao consultório dentário e novamente foi liberada. Porém, o pai disse aos policiais que resolveu levá-la novamente ao pronto atendimento, quando recebeu uma ligação do consultório do dentista informando que o profissional prescreveu um encaminhamento à Santa Casa.
Marina foi internada ainda na segunda-feira com um quadro de celulite facial, que é uma infecção aguda, e abscesso dentário pós-extração de siso, que é uma infecção bacteriana que causa acúmulo de pus.
A jovem foi medicada, mas na quarta (17) teve uma parada cardiorrespiratória e foi intubada. Pouco tempo depois ela sofreu uma nova parada e morreu.
O corpo de Marina foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames e foi sepultado na quinta-feira (18).