A Rio de Paz, organização não-governamental do Rio de Janeiro, promove neste sábado, 8, um protesto em homenagem aos quase 100 mil brasileiros mortos pela pandemia do novo coronavírus. Neste ato, o grupo também critica a forma como o poder público tem conduzido a crise sanitária. Cem cruzes pretas foram fixadas na areia da praia de Copacabana às 6h, em frente ao hotel Copacabana Palace, e mil balões de gás vermelhos também foram colocados — 100 deles nas cruzes e outros 900 na areia. O grupo soltou balões que simbolizam as vidas que se perderam devido à doença.
A dramatização do ato foi conduzida pelo taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva, que, no último ato público realizado pelo Rio de Paz, em junho, fixou novamente na areia de Copacabana as cruzes que haviam sido derrubadas por um homem que passava pelo local e é contrário à manifestação. Silva teve um filho morto pela Covid-19 e neste domingo, 9, passará seu primeiro Dia dos Pais sem a companhia do filho.
Um cartaz de quatro metros de comprimento com a frase “100 MIL: Por que somos o segundo país em número de mortos?” está exposto na praia. “Poder público e sociedade precisam responder a uma questão para a qual nos remetem as 100 mil mortes por coronavírus: por que somos o segundo país em número de mortos? Da resposta racional, isenta e honesta a essa pergunta dependem as mudanças pelas quais o Brasil precisa passar a fim de vivermos num país no qual a santidade da vida humana seja respeitada”, afirma o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa. Até sexta-feira, 7, o número de mortos por Covid-19 no Brasil era de 99.702. A marca de 100 mil mortos deve ser ultrapassada neste sábado.
*Com Estadão Conteúdo