O presidente Jair Bolsonaro escolheu Ricardo Barros (Progressistas-PR) como o novo líder do governo na Câmara. Integrante do chamado “Centrão”, o deputado, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta quinta-feira (13), negou que o seu novo cargo seja mais um aceno do presidente ao bloco na tentativa de manter sua governabilidade e garantir a sobrevivência de seu mandato. “É equivocado [ver dessa forma]. Bolsonaro já aprovou a Reforma da Previdência, matérias muito relevantes, do interesse do País, no Congresso Nacional, mantivemos vetos ontem mesmo do BPC e todas as matérias que tinham repercussão orçamentária, negociamos alguns vetos, no pacote agrícola também o Governo manteve diversos vetos importantes para o ajuste fiscal, não vejo dessa forma, desde janeiro ele tem se articulado com líderes partidários, no ano passado tentou com frentes parlamentares, o que não funcionou. A agenda de Maia e Alcolumbre, do Congresso Nacional, coincide com a do governo, de aprovar reformas.”
Na quarta-feira, Bolsonaro defendeu, ao lado de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, o teto de gastos, em um gesto de pacto com o Legislativo, após debandada de alguns nomes importantes da equipe econômica. O presidente ainda reforçou que as reformas deverão ser aprovadas. Barros esteve no encontro. “Tivemos reunião no Palácio, com Guedes, Marinho e Tarcísio, Maia, Alcolumbre e mais e foi feito um pacto anunciado de garantir a manutenção do teto de gastos e buscar o equilíbrio das contas fiscais, vamos encerrar a calamidade pública e orçamento de guerra em 31 de dezembro. Retomaremos a meta do ajuste fiscal e busca pelo superávit das contas públicas a partir de janeiro, com reforma tributária, administrativa e o programa de Renda Básica.”
Sem acreditar na possibilidade de impeachment, Ricardo Barros analisou: “O impeachment é um julgamento político, presidente foi eleito, tem aprovação popular, sabe como funciona o Congresso, nosso sistema é de coalizão, precisa criar essa coalizão de governo, é justo que os partidos que dão governabilidade possam sim ter seus membros participando do governo e implementando o programa de governo, sempre foi assim e é como a Constituição determina.”
Uma das principais pautas do ano, a Reforma Tributária, para Barros, terá o desafio de unificar os impostos algo que, para ele, passa por “simplificação tributária, eliminação de impostos em cadeia, que prejudicam a nossa competitividade e aumentam o custo Brasil, o sistema tributário brasileiro é muito complexo e precisamos de um balanceamento, de tributar mais o lucro das empresas, Guedes tem a sua visão e propõe caminhos. Tenho certeza que apresentará um texto que trará fundo de equilíbrio fiscal e fundo de desenvolvimento regional.”
Eleição na Câmara
Segundo o líder, “não há interesse” do governo em participar ativamente da eleição de sucessão da presidência da Câmara dos Deputados. “Bolsonaro sabe que a eleição na Câmara deve acontecer entre os partidos, é uma eleição no meio do mandato, as pessoas se conhecem, gostam ou não gostam um do outro, e isso afeta o pleito. Governo não participará efetivamente.”