No fim da tarde desta terça-feira, 1, uma postagem da Secom no Twitter causou polêmica e chegou a ocupar o Trending Topics da rede social. A mensagem diz “O Governo do Brasil investiu bilhões de reais para salvar vidas e preservar empregos. Estabeleceu parceria e investirá na produção de vacina. Recursos para estados e municípios, saúde, economia, TUDO será feito, mas impor obrigações definitivamente não está nos planos”, acompanhado de uma declaração que o presidente Jair Bolsonaro deu ontem em frente ao Palácio da Alvorada.
“Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, disse o presidente depois que uma apoiadora lhe pediu “não deixa fazer esse negócio de vacina não”. A declaração foi aplaudida e repercutiu em vídeo que circula nas redes sociais. Durante o vídeo a mulher ainda afirma ser farmacêutica e diz que ‘nenhuma vacina pode entrar no mercado em menos de 14 anos’. Não há consenso sobre o tempo mínimo de produção de um imunizante e nem regra sobre circulação no mercado. Até hoje o procedimento mais rápido de produção aconteceu com a vacina contra o sarampo que levou dez anos para ficar pronta (doença descoberta em 1953 e imunizante comercializado em 1963).
Apoiadora: Bolsonaro, não deixa fazer esse negócio de vacina não
Presidente: A vacina… ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina
— Samuel (@SamPancher) August 31, 2020
A vacina contra a Covid-19 deve superar esse recorde e entrar no mercado em 2021. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 165 vacinas estão sendo desenvolvidas pelo mundo, mas seis delas estão em estágio mais avançado, sendo duas delas testadas no Brasil: a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, chamada de Coronavac, está no estágio 3 de testagem em São Paulo; a vacina desenvolvida por Oxford/Astrazeneca está no mesmo estágio no Brasil e na África do Sul; a empresa Moderna testa nos Estados Unidos; o conjunto BioNtech, Pfizer e Fosun anunciaram em junho que testarão o imunizante no Brasil, Alemanha, Argentina e EUA; a empresa chinesa CanSino dará início em breve aos testes da fase três de sua vacina na Arábia Saudita e o exemplar da chinesa Sinopharm também está em fase 3 nos Emirados Árabes. A Rússia já registrou sua vacina e entrou em parceria com o governo do Paraná para a produção e testagem.