Eles são os responsáveis por quase 90% de toda reciclagem no Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas a pandemia da Covid-19 teve um efeito devastador em toda a cadeia que envolve o trabalho desses profissionais. Devido ao fechamento de estabelecimentos e o medo da contaminação, milhões de catadores de todo Brasil deixaram de trabalhar e ficaram sem renda. Eduardo trabalha como catador há 30 anos e representa o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Ele conta que a maioria dos colegas de trabalho passaram a depender de auxílio do governo.
Pedro é presidente da Associação Nacional dos Aparistas de Papel. A instituição reúne empresas que se dedicam a coletar resíduos sólidos residências e, principalmente, descartados por comércios e coletados por catadores. Ele conta que, devido ao fechamento dos comércios na pandemia, boa parte do lixo produzido pelos comerciantes deixaram de existir — o que naturalmente diminuiu a quantidade e insumos requisitados pelas indústrias que dependem desses materiais. Ainda segundo Pedro, o desequilíbrio entre oferta e demanda poderá afetar o bolso do brasileiro. Além do papelão, materiais como plástico e o vidro também enfrentam período de escassez de matéria-prima.
*Com informações da repórter Caterina Achutti