O teto de gastos segue gerando divergências dentro do governo federal. De um lado, estão aqueles que defendem a manutenção como sinalização ao mercado de que o Brasil segue uma política de austeridade fiscal. Do outro, aqueles que acreditam que o investimento público ajudará muito mais na recuperação da crise do que a confiança do investidor estrangeiro. O próprio presidente Jair Bolsonaro disse nesta semana concordar com o debate sobre o aumento de gastos, mesmo depois de se comprometer com a manutenção do teto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um ferrenho defensor do teto e chegou a criticar colegas de outras pastas que têm aumentado despesas durante a pandemia. Os defensores dos gastos, por outro lado, entendem que investimentos em obras públicas, por exemplo, podem ter efeito concreto na vida dos brasileiros.
O vice-presidente da república é contra o aumento e lembra que essa postura levou o país a ter mais de doze milhões de desempregados antes da pandemia. Hamilton Mourão defende que qualquer decisão sobre a questão seja tomada a partir de estudos e análises técnicas. Para o governador de São Paulo, João Doria, extrapolar o teto de gastos pode significar um ‘desastre econômico irreversível’. Em entrevista à Jovem Pan, Doria criticou o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro.
O fato é que o presidente Jair Bolsonaro pediu, na última quinta-feira, compreensão e “patriotismo” do mercado no caso de o governo decidir extrapolar o teto de gastos. A postura, no entanto, pode dificultar a permanência de técnicos da equipe econômica, que já começaram o que o próprio ministro Paulo Guedes definiu como debandada.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado