O Ministério Público do Paraguai apresentou um pedido de suspensão do processo contra Ronaldinho Gaúcho e Assis. Os dois estão presos em Assunção há quase seis meses, acusados de usarem passaportes falsos para entrar no país. A solicitação do MP deve ser analisada nos próximos dias. Se aceita, os brasileiros poderão retornar ao País após o pagamento de multa de US$ 200 mil, pouco mais de RS 1 milhão, sendo US$ 90 mil (R$ 487 mil) referentes a Ronaldinho e mais de US$ 110 (R$ 542 mil) de Assis.
Ronaldinho e o irmão foram presos em 6 de março. Depois de ficarem em um presídio de segurança máxima, foram transferidos em abril para prisão domiciliar, em um hotel de Assunção, após fiança de US$ 1,6 (aproximadamente RS 8,5 milhões).
O anúncio nesta sexta-feira de que o MP pediu a suspensão do processo é uma vitória para Ronaldinho e o irmão após sucessivas derrotas na Justiça do país vizinho. No mês passado, por exemplo, a Quarta Corte de Apelação de Assunção rejeitou recurso de seus advogados, que questionavam a maneira como o processo vinha sendo conduzido. A lei do Paraguai prevê até cinco anos de prisão. Os promotores investigavam ainda suposta participação de Ronaldinho e o irmão em uma organização criminosa especializada em falsificação e lavagem de dinheiro.
Desde o início das investigações, a defesa dos brasileiros alega que os dois foram enganados e não sabiam que os passaportes tinham sido adulterados. O caso envolvendo o ex-jogador virou um escândalo no Paraguai e atingiu vários funcionários da Diretoria de Migração e do Departamento de Identificação, que emitem passaportes e cartões de identidade. Além de fiscais do Aeroporto Internacional de Assunção. Dezoito pessoas foram detidas por envolvimento no caso.
Em março, a Justiça havia determinado que Ronaldinho e Assis precisavam permanecer detidos durante a investigação. O inquérito poderia durar até seis meses para conclusão, de acordo com as leis paraguaias.
* Com Estadão Conteúdo