SÃO PAULO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Base 15 (IPCA-15) subiu 0,45% em setembro na comparação mensal, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23). Para o cálculo, os preços foram coletados no período de 14 de agosto a 11 de setembro de 2020 e comparados com aqueles vigentes de 15 de julho a 13 de agosto de 2020.
A expectativa dos economistas, segundo consenso Bloomberg, era de que a inflação medida pelo IPCA-15 apontasse alta de 0,39% em setembro na comparação mensal, após aceleração de 0,23% na medição anterior. Na comparação anual, a projeção era de que a inflação registrasse avanço de 2,6%, contra 2,28% na leitura anterior.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em agosto. A maior variação (1,48%) e o maior impacto (0,30 p.p.) no índice vieram do grupo Alimentação e bebidas, acelerando em relação ao resultado de agosto (0,34%). Transportes teve alta de 0,83% e contribuição de 0,16 p.p.. Artigos de residência teve alta de 0,79%, apesar da desaceleração em relação ao mês anterior (0,88%). Já a contribuição negativa mais intensa no índice do mês (-0,09 p.p.) veio de Saúde e cuidados pessoais (-0,69%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,27% em Vestuário e a alta de 0,34% em Habitação.
O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,48%) deve-se principalmente aos alimentos para consumo no domicílio, que aceleraram de 0,61% em agosto para 1,96% em setembro. A maior contribuição (0,09 p.p.) veio das carnes, com alta de 3,42%. Já a maior variação veio do tomate (22,53%), ante queda de 4,20% no mês anterior. O óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%) também subiram. Com isso, os três subitens acumulam no ano altas de 34,94%, 28,05% e 27,33%, respectivamente. No lado das quedas, os destaques foram a cebola (-19,09%), o alho (-11,90%) e a batata-inglesa (-8,20%).
A alimentação fora do domicílio passou de queda de 0,30% em agosto para alta de 0,36% em setembro. Já refeição variou 0,09%, frente à queda de 0,52% no mês anterior, o lanche acelerou para 0,89%, na comparação com agosto (0,06%).
O grupo com a segunda maior variação foi Transportes (0,83%). Os preços da gasolina (3,19%) subiram pelo terceiro mês seguido e contribuíram com o maior impacto individual (0,15 p.p.) no IPCA-15 de setembro. À exceção de Salvador (-2,66%), todas as áreas pesquisadas apresentaram alta nos preços desse combustível, entre 0,61% no Rio de Janeiro até 9,03% em Brasília. O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular recuou (-2,58%).
Ainda em Transportes, as passagens aéreas subiram 6,11%, após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta, o subitem acumula no ano queda de 55,18%.
Artigos de residência (0,79%) foi mais uma vez influenciado pelas altas nos itens TV, som e informática (2,04%) e eletrodomésticos e equipamentos (0,66%). Os preços do computador pessoal, subiram 17,99% de janeiro a setembro deste ano. O item mobiliário continua a ser o destaque entre as quedas, com recuo de 0,14%, mesma variação de agosto.
A contribuição negativa mais forte (-0,09 p.p.) e o resultado negativo mais intenso (-0,69%) em setembro vieram do grupo Saúde e cuidados pessoais. Esta queda deve-se ao item plano de saúde (-2,31%), que contribuiu com -0,10 p.p., devido à decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender reajustes de planos de saúde até o fim de 2020. Com isso, todo o fator apropriado antecipadamente em maio, junho, julho e agosto, referente ao reajuste que seria anunciado em julho, foi descontado no IPCA-15 de setembro.
O grupo Vestuário também caiu (-0,27%) em setembro, embora menos intensamente do que em julho (-0,91%) e agosto (-0,63%). As roupas masculinas (-0,31%), femininas (-0,52%) e infantis (-0,59%) seguem em queda, assim como os calçados e acessórios (-0,32%). Já joias e bijuterias subiram 2,52% e acumulam no ano alta de 8,79%.
No grupo Habitação (0,34%), a taxa de água e esgoto subiu 1,00% por conta do reajuste de 3,40% nas tarifas em São Paulo (3,28%), desde 15 de agosto. No lado das quedas, o gás encanado (-1,65%) reflete as reduções de 5,16% no Rio de Janeiro (-2,99%), a partir de 1º de agosto, e de 8,88% em Curitiba (-7,35%), a partir de 19 de agosto. No item energia elétrica (-0,03%), houve reajuste de 2,86% em Belém (0,28%), vigente desde 7 de agosto.
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