Com o avanço dos testes de vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo, o Brasil precisa aprovar, nos próximos meses, um planejamento para a compra e produção de seringas. Essa é a avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, a Abimo. A entidade teme que o país viva problemas similares aos do início da pandemia, quando houve dificuldade na aquisição de respiradores e equipamentos de proteção individual. Segundo a Abimo, atualmente, a capacidade de produção nacional é de 1,2 bilhões de seringas por ano. No entanto, apenas um décimo desse total, 120 milhões, é destinado à vacinação. Por isso, o superintendente da associação, Paulo Henrique Fraccaro, destaca que é necessário um planejamento imediato.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que “está em processo de aquisição 110 milhões seringas e agulhas”. Além do governo federal, a Abimo espera, também, um posicionamento dos governos, principalmente do Estado de São Paulo, que está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina. Na segunda-feira, 10, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que não há risco de falta do insumo no Estado.
Atualmente, duas vacinas em fase final de estudos estão sendo testadas no Brasil: a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotec e a vacina de Oxford, feita no Reino Unido. Caso elas sejam comprovadamente eficazes contra a Covid-19, o Instituto Butantan espera produzir pelo menos 120 milhões de doses da Coronavc em São Paulo, com expectativa de dobrar essa quantidade. Já a vacina de Oxford deve ter 70 milhões de doses produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Recentemente, a Anvisa aprovou um terceiro ensaio clínico para verificar a eficácia, no Brasil, de duas outras vacinas contra o coronavírus. Elas serão testadas dentro de um mesmo estudo e estão sendo desenvolvidas pelas empresas norte-americana Pfizer e pela alemã de BioNTech.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini