(Bloomberg) – As baixas mais recentes na equipe econômica abalaram o ministro Paulo Guedes, mas não a ponto de fazer com que ele deixe o governo, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
Ciente do peso da política no comando da agenda, agora o foco de Guedes é avançar na reforma tributária e segurar as pressões por flexibilizações no teto de gastos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto não é público.
As saídas de Salim Mattar da secretaria especial de Privatizações e de Paulo Uebel da secretaria especial de Desburocratização na noite de terça-feira evidenciaram que a agenda liberal prometida por Guedes será menos ambiciosa do que se esperava.
O ministério da Economia não quis comentar.
O próprio ministro definiu as demissões como uma “debandada” e admitiu que ambos estavam insatisfeitos com o andamento de suas áreas.
O presidente Jair Bolsonaro tem sido pressionado por parlamentares da própria base e por ministros a abrir mão do teto de gastos para ampliar os investimentos públicos.
Guedes tem buscado aliados para barrar esse movimento, sendo o principal deles o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Na terça-feira, depois de ambos se reunirem, Guedes disse que vai brigar com qualquer ministro fura-teto e que quem defende isso quer levar Bolsonaro para o caminho do impeachment.
Na quarta-feira, Bolsonaro disse em postagem no Facebook que “nosso norte continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos”.
O risco fiscal tem pressionado o dólar e os juros futuros, à medida que se aproxima o prazo para envio do orçamento de 2021 ao Congresso no final deste mês, em meio ao aumento dos gastos para combater a pandemia do coronavírus.
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