O novo Boletim Observatório Covid-19, divulgado nesta sexta-feira, 14, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou melhoria na disponibilidade de leitos de UTI para tratamento de pacientes com a Covid-19 no país. Apenas alguns estados ainda se encontram em situação de alerta máximo: o Tocantins, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. Mato Grosso e Rio Grande do Sul também mostram níveis considerados preocupantes. Divulgado quinzenalmente pela Fiocruz, o boletim traça um panorama das duas últimas semanas epidemiológicas. O estudo desta sexta-feira se refere àquelas compreendidas entre os dias 26 de julho e 1º de agosto e 2 e 8 de agosto.
O coordenador do Programa de Computação Científica da Fiocruz e um dos responsáveis pela elaboração do boletim, Daniel Villela, disse que foi observada estabilidade em vários estados, mas que ela está em um nível alto que preocupa ainda, tanto em casos da Covid-19, como nos mais graves de transmissão respiratória, que exigem hospitalização. Em relação a leitos, Villela afirmou que alguns estados mostram uma taxa de ocupação bastante alta. “Você não teria uma folga em número de leitos livres em hospitais se o número de casos aumentar, para você poder absorver a situação”, pontuou o pesquisador.
Níveis críticos
Em relação ao número de casos e de óbitos, o estudo aponta que a pandemia na maior parte dos estados brasileiros se mantém em níveis ainda críticos. Foi identificada leve tendência de queda em Rondônia, Sergipe e Rio de Janeiro. “É estabilidade, mas ainda está em um patamar alto”, disse Villela. Nas regiões Sul, especificamente no Paraná e em Santa Catarina, e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), a tendência foi de aumento em relação às duas semanas anteriores.
Outro dado que preocupa, de acordo com o pesquisador, é a elevada taxa de letalidade registrada no Rio de Janeiro e em Pernambuco, o que pode sinalizar uma deficiência na realização de testes, bem como gravidade dos casos da doença gerada pelo novo coronavírus. Villela explicou que a letalidade é uma conta que cobre o número de óbitos em relação ao número de casos. Para isso, ele sublinhou ser importante “de fato” aumentar a testagem para a confirmação das infecções, porque se for baixa, o denominador vai apontar um número subestimado que, por sua vez, pode subestimar a letalidade.
* Com informações da Agência Brasil