Pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia identificaram uma nova linhagem do vírus da zika circulando no Brasil. De acordo com o estudo, a variação do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode resultar em uma nova epidemia da doença no país.
A identificação foi possível graças a uma ferramenta de monitoramento genético desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Cidacs e ao Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia); Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC); Universidade Salvador (Unifacs) e a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). A ferramenta analisa sequências disponíveis em banco de dados públicos e permite identificar as linhagens de zika.
Há duas linhagens de zika conhecidas: a africana e a asiática, esta última dividida nos subtipos oriental e ocidental. Até 2019, a asiática era a única existente no Brasil.
Os pesquisadores, no entanto, recentemente encontraram a africana em dois estados brasileiros, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Elas foram identificadas em dois hospedeiros diferentes: um mosquito Aedes albopictus, também conhecido como mosquito-tigre-asiático, e um macaco.
O estudo aponta que o vírus africano pode estar circulando pelo país há algum tempo e tem potencial para desencadear uma nova epidemia, já que a população não tem anticorpos para essa linhagem.
A epidemia de zika chegou ao auge no Brasil entre 2015 e 2016. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem 3.692 casos prováveis da doença neste ano.