O pastor Felippe Valadão, líder da Lagoinha Niterói, foi acusado de ter atacado religiões de matriz africana em um evento oficial de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, nesta quinta-feira (19). É o que diz uma matéria do portal G1.
O município está comemorando 189 anos com uma série de shows, e nesta quinta foi a noite das apresentações gospel. Entre o intervalo das bandas, o pastor subiu no palco e discursou.
“De ontem para hoje tinha quatro despachos aqui na frente do palco. Avisa aí para esses endemoniados de Itaboraí: o tempo da bagunça espiritual acabou, meu filho. A igreja está na rua!!! A igreja está de pé!!!”, disse.
“E ainda digo mais: prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade!”, completou.
Nesta sexta-feira (20), a Comissão de Povos Tradicionais de Terreiros de Itaboraí divulgou uma nota de repúdio.
“Em sua fala, o pastor agride de maneira vil, desrespeitosa e ameaçadora à comunidade religiosa do candomblé e da umbanda nesta cidade”, diz.
A entidade também questiona “o motivo de uma manifestação festiva, popular e laica ter em sua programação discursos de cunho religioso”.
“O Deus que conhecemos não compactua com sua megalomania, loucura e arrogância”, destaca.
O deputado estadual Átila Nunes (PSD), relator da CPI da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio, disse que irá acionar o Ministério Público para que investigue o uso de dinheiro público pela Prefeitura de Itaboraí para a realização do evento.
“ O ódio religioso promovido e financiado por Itaboraí precisa ser investigado. Preparamos uma representação ao Ministério Público contra o autointitulado pastor e contra o prefeito de Itaboraí, que patrocinou o show de horrores com dinheiro público. Também vamos pedir que a Decradi entre no caso para que ameaças contra a liberdade de toda a diversidade não sejam banalizadas. Não vamos permitir que a violência volte a silenciar os cultos afro-brasileiros no Rio”, afirmou.