Reider Starling trabalhou na escola particular entre 2015 e 2018, quando foi demitido por justa causa após a direção descobrir fraude em um contrato
O ex-executivo de uma escola tradicional de Belo Horizonte é procurado por suspeita de desvios de R$ 567 mil da instituição. Reider de Freitas Starling, de 36 anos, foi controller do colégio particular entre 2015 e 2018, quando foi demitido por justa causa após a direção descobrir fraude em um contrato de R$ 30 mil com uma empresa de uniformes.
A própria escola fez um pente-fino em recibos e constatou que Reider de Freitas Starling teria transferido meio milhão de reais para contas da mulher, Reni Pereira, de um sócio e de um cunhado. A rede tem unidades nos bairros de Lourdes, Santo Agostinho e Santo Antônio, áreas nobres de BH, e também em Salvador (BA). As mensalidades custam até R$ 2.500.
O advogado do suspeito, Patrick Trindade, nega todas as irregularidades e afirma que recorreu para tentar derrubar o mandado de prisão.
— Ele se declara inocente e vai provar com seu depoimento. Houve o deferimento da quebra do sigilo bancário, bloqueio de contas e busca e apreensão na residência, mas ainda não tivemos acesso ao seu conteúdo, o que impossibilita manifestação mais concreta sobre a acusação. A prisão temporária é infundada, já que as investigações se encerram.
Prisão temporária
Policiais da Divisão de Investigação de Fraudes da Polícia Civil de Minas apreenderam documentos e pen drives na residência do casal, mas não conseguiram cumprir o mandado de prisão temporária contra Starling. Os policiais identificaram quase 30 contratos fraudados relacionados à uniforme, brigada de incêndio, marketing, mobiliário e até causas trabalhistas.
Uma fonte ouvida pela reportagem da Record TV explica como a fraude ocorria.
— Ele falsificava os recibos, montava o recibo e inseria no setor financeiro, determinando a ordem de pagamento. Essa função de controller na área administrativa, é a pessoa que é responsável por toda a gestão da empresa: financeiro, contábil e até de recursos humanos. Então, ele tinha controle total e confiança dos proprietários.
Aumento
No entanto, a direção da escola descobriu que Starling chegou a alterar o próprio salário, que subiu de R$ 9.000 para mais de R$ 20 mil, com a justificativa de supostamente reembolsar o pagamento de um MBA e cobrir outra oferta de emprego.
As investigações apontaram que Reider transferia o dinheiro para contas da esposa e do sócio, em valores que variavam de R$ 3.000 a R$ 70 mil reais. Até cheques de mensalidades dos alunos teriam sido desviados.
Em uma rede social, Reider Starling se apresenta como controller e gerente administrativo de uma mineradora e diz ter “sólida trajetória” na função.
O sócio do suspeito, Juliano Fernandes de Oliveira, não atendeu às ligações da reportagem. Procurada, a rede de ensino informou que encaminhou o caso às autoridades competentes.
Confira a íntegra da nota do colégio:
“Assim que o fato foi identificado pelo nosso processo de auditoria interna, o Sr. Reider Freitas Starling foi imediatamente demitido, em setembro de 2018, e o caso foi entregue às autoridades competentes para as providências legais cabíveis.”