SÃO PAULO – Ainda que a entrada de estrangeiros no território brasileiro tenha sido flexibilizada desde o fim de julho, a Embaixada dos EUA no Brasil recomendou que turistas americanos evitem viagens ao país.
“Não viaje para o Brasil devido à Covid-19”, diz o último comunicado da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, desencorajando que cidadãos americanos visitem o país. Além do alerta sobre a Covid-19, o comunicado cita preocupações com favelas e com a violência urbana brasileira.
“Crimes violentos, como assassinato, roubo a mão armada e sequestro-relâmpago são comuns em áreas urbanas, dia e noite. Atividades de gangues e do crime organizado estão espalhadas. Assaltos são comuns. Funcionários do governo americano estão desencorajados a usar ônibus públicos, municipais em todas as partes do Brasil por causa do elevado risco de roubo e assalto a qualquer hora do dia e especialmente à noite”, informa a Embaixada no country summary do Brasil – uma espécie de resumo sobre a situação atual do país.
Ainda, o texto do Departamento de Estado dos EUA especifica três regiões consideradas de “alto risco” pelas autoridades americanas: as cidades satélites de Brasília, como Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá – principalmente entre às 18h e 6h; área que fica até 150 km da fronteira brasileira com Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Paraguai e as áreas de urbanização informal, que eles próprios nomeiam como “favelas, vilas, comunidades e/ou conglomerados”.
Caso o turista americano venha ao país, o alerta do governo dos EUA ainda dá orientações e diretrizes de como agir e se comportar no país.
Entre essas recomendações estão “não resistir fisicamente a um assalto”, “não andar nas praias à noite”, “não mostrar claros sinais de riqueza” e “ter cuidado ao utilizar transporte público”, porque, na visão do governo americano, “seus passageiros enfrentam um risco elevado de serem assaltados ou agredidos ao usarem ônibus municipais e públicos”.
Ainda que a recomendação diga “Não viaje para o Brasil devido à Covid-19″, o alerta não faz nenhuma menção aos números recentes da pandemia no país – que atingiu 100 mil mortos e ultrapassou a marca de 3 milhões de infectados nessa semana.
O Departamento de Estado cita apenas situações que os cidadãos americanos poderiam enfrentar no Brasil por causa da crise sanitária: “Os viajantes que forem para o Brasil podem encontrar fronteiras e aeroportos fechados, restrições de locomoção, ordens para ficar em casa, comércio fechado e outras condições de emergência no Brasil devido à Covid-19”.
O comunicado ainda diz que, embora o Brasil tenha retirado a restrição de viagens áreas dos Estados Unidos para solo brasileiro, o governo americano manteve a proibição da entrada em seu território de pessoas que estivaram aqui 14 dias antes de sua chegada aos EUA. A entrada de viajantes vindos do Brasil nos EUA foi proibida no dia 26 de maio.
Suspensão de serviços
Ainda segundo o comunicado americano, a embaixada e os consulados dos EUA no Brasil continuam com os serviços de emissão de visto de imigração e de não-imigração suspensos e, por ora, ainda não há uma data ou estimativa para que os documentos voltem a ser emitidos.
O governo americano também suspendeu serviços que não sejam considerados emergenciais para os cidadãos do país. O comunicado afirma que esta é uma “medida de prevenção do contágio da Covid-19″.
EUA e Brasil lideram casos e mortes de Covid-19
EUA e Brasil são, de longe, os dois países mais afetados pela crise sanitária causada pelo novo coronavírus. Segundo os dados da Universidade Johns Hopkins, dos 20 milhões de casos globais, cerca de 8 milhões se concentram nesses dois países.
Os últimos dados da universidade mostram que os EUA já registraram cerca de 5 milhões de casos confirmados desde o início da pandemia, com 163 mil óbitos. Já o Brasil, ainda segundo a universidade, tem pouco mais de 3 milhões de casos com 101 mil mortes confirmadas até então.
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