William Burns, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, teria aconselhado integrantes do governo a pedirem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) que pare de levantar dúvidas sobre a integridade do sistema eleitoral do Brasil.
Nas informações, obtidas por duas fontes em condição de anonimato da Reuters, Burns falou às autoridades em uma reunião fechada ocorrida em julho do ano passado. O encontro teria ocorrido em Brasília, mas a viagem não estava prevista na agenda oficial dele.
O diretor da agência teria jantado com o ministro-chefe do Gabinete Institucional, o general Augusto Heleno, e o ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, a quem teria dito que o processo eleitoral é sagrado e o presidente não deveria atacar como estava fazendo.
Antes disso, Burns também teria se encontrado com Bolsonaro, Heleno e o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Ainda de acordo com a agência, uma terceira pessoa que também pediu sigilo, baseada em Washington, confirmou os comentários, mas disse não ter certeza se quem falou foi Burns ou outro integrante da comitiva.
A reportagem do Correio entrou em contato com a Secom da presidência da República e com a Embaixada dos EUA e aguarda resposta.