Governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta quarta-feira, 23, que não autoriza a realização de partidas de futebol com a presença de torcedores. A declaração aconteceu após o Governo Federal aprovar um plano da Confederação Brasileira de Futebol (FPF) que permite até 30% do público nos estádios brasileiros. “Respeitamos a FPF, a CBF e os diretores e aqueles que procuram valorizar as práticas esportivas, mas nossa obrigação e o nosso dever é proteger a vida de todas as pessoas, incluindo treinadores, comissão técnica, jogadores, torcedores e todos que estão no Estado de São Paulo”, disse, em entrevista coletiva. “Aqui, não há pressão política, econômica, partidária ou do esporte… Aqui, o foco é a proteção aos brasileiros que estão em São Paulo”, complementou.
Coordenador do centro de contingência da Covid-19, João Medina explicou que a realização de jogos com a presença de torcedores pode aumentar a propagação do novo coronavírus no Estado. “Nós fizemos uma reunião e o Comitê concluiu que o cenário atual da pandemia em São Paulo não permite a retomada de público em eventos associados a grandes aglomerações, como nas partidas de futebol, independente da categoria. Essa é uma decisão técnica e baseada em algumas premissas. Primeiro, que o Estado de São Paulo segue em quarentena, recomendando, insistentemente, esse rigor do isolamento e uso de máscaras. Segundo que a doença, embora esteja decrescendo, continua em patamar elevado. E terceiro que, nesse tipo de evento, acontece uma concentração de pessoas de diferentes origens geográficas, com prevaleça diferentes da doença. E também ocorrem muitas atividades paralelas nos arredores dos estádios, que movimentam muitas pessoas, colocando elas em risco”, disse Medina.
A ideia da CBF era realizar a partida entre Brasil e Bolívia, marcada para o dia 9 de outubro, na estreia da seleção brasileira das Eliminatórias da Copa do Mundo, com alguns torcedores. O jogo será realizado na Neo Química Arena, casa do Corinthians, no bairro de Itaquera, na zona leste da capital paulista. “Também nos baseamos em outros países, como Inglaterra, Espanha e Alemanha, que estão em uma fase mais avançada e que não liberaram a presença de pública. Assim, vamos manter as diretrizes que já discutimos com a FPF e com a CBF, mantendo as partidas sem público”, justificou o coordenador do centro de contingência.