O governador João Doria, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta sexta-feira (7), adiantou que o estado de São Paulo passa por uma redução na ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19. “[Na coletiva de imprensa de hoje] vamos anunciar uma queda, estamos com menos de 60% de ocupação dos leitos de UTI, este é um dos indicadores para estabelecer as fases do Plano SP e é uma boa notícia. Nós tínhamos, no início, 3600 leitos disponíveis e hoje temos 8100 leitos, quantidade superior à da Espanha e Itália, construímos um sistema robusto para a saúde pública.”
A grande expectativa do dia para a coletiva de imprensa é a possível confirmação da retomada das aulas presenciais nas escolas. O governador preferiu não confirmar a informação, por se tratar de “um tema complexo”, que será apresentado pelo secretário da educação Rossieli Soares, mas fez uma observação importante: “Nenhuma medida de retomada as aulas será feita sem a prévia aprovação do comitê da saúde e estarmos seguros que crianças, professores, profissionais do ensino estejam protegidos. A vida está acima de qualquer outro fator. Qualquer passo levará em conta a proteção à vida. E obviamente em relação aos pais dos alunos.”
O governo de SP está avançando com os testes na Fase 3 para a Coronavac, uma das possíveis vacinas contra a Covid-19. O tucano prevê que, em novembro, ela será aprovada e, no período de um mês, o Instituto Butantan poderá começar a imunização da população. “A Coronavac, desenvolvida pela Sinovac e Instituto Butantan, é uma das mais promissoras do mundo. A OMS não tem visão ideológica, nem discriminatória, analisa tecnicamente as vacinas, as que estão na terceira fase de testes, esta que está sendo testada em 9 mil profissionais de saúde em cinco estados. A expectativa é que chegaremos em novembro com a vacina aprovada. Não havendo intercorrência, colocada à disposição em 30 dias, a partir do início da produção, em novembro. (…) Todas as vacinas serão bem-vindas. Não estamos em uma competição. É uma competição pela vida.”
Doria ainda lamentou que o Brasil deve atingir a marca de 100 mil óbitos pela Covid-19 e reforçou que ela poderia ter sido evitada caso houvesse maior coordenação com o Governo Federal. “É um triste número (…). Aqui em SP estamos na fase descendente, mas também temos números muito tristes. Faltou uma coordenação nacional por parte do Governo Federal para apoiar os governadores e ordenar um comando positivo e com compaixão, seria razoável que acontecesse. Não quero lançar a polêmica, mas é muito triste ver um presidente da República negativista, afirmando que era apenas tomar cloroquina, promovendo aglomeração, sem máscara, são exemplos ruins, um líder deveria liderar por exemplo. Espero que ele mude, sinto que ele está mudando. Faltou sim uma liderança para defender a saúde.”