A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no Paraná, anunciou nesta terça-feira, 1º, a saída do procurador Deltan Dallagnol, coordenador dos trabalhos. Deltan deixa a força-tarefa para “se dedicar a questões de saúde em sua família”, diz a nota do Ministério Público Federal. Quem assume o posto deixado por ele é o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira. “Alessandro, com reconhecida experiência no combate ao crime organizado, é membro com maior antiguidade na Procuradoria da República do Paraná a manifestar interesse e disponibilidade para coordenar os trabalhos no ofício a que vinculado o caso. Com a troca, Deltan, que solicitou um período de 15 dias para auxiliar na transição, deve assumir o ofício de Alessandro”, diz a nota.
Ao anunciar a saída do procurador após 6 anos à frente da principal operação contra corrupção do país, a força-tarefa afirma que Deltan “desempenhou com retidão, denodo, esmero e abnegação suas funções, reunindo raras qualidades técnicas e pessoais. A liderança exercida foi fundamental para todos os resultados que a operação Lava Jato alcançou, e os valores que inspirou certamente continuarão a nortear a atuação dos demais membros da força-tarefa, que prosseguem no caso”.
Os demais procuradores e integrantes da Operação Lava Jato em Curitiba agradeceram Deltan pela “imensa contribuição prestada ao combate à corrupção e se solidarizam com o seu momento pessoal, ao tempo em que expressam apoio e confiança a Alessandro Oliveira. Os trabalhos na força-tarefa prosseguirão da mesma forma como nos últimos anos”.
CNMP e processos
Ainda no final de agosto, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o procurador da República Deltan Dallagnol e outros integrantes da Lava Jato sobre a apresentação de powerpoint que apontava o petista como líder de uma organização criminosa. Oito dos 10 conselheiros votaram pelo arquivamento da medida diante da prescrição dos fatos, apesar de reconhecerem que havia indícios para que o procurador fosse alvo de ação disciplinar.
Deltan deixa a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba pouco após o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender outros dois processos que seriam julgados e que poderiam tirar Deltan da Lava Jato em Curitiba. Os casos miram a conduta do procurador em relação à publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal.