O Flamengo foi massacrado e sofreu a maior derrota da história do clube em Libertadores na última quinta-feira, 17, no Equador. O 5 a 0 imposto pelo Independiente Del Valle em Quito desnudou as fragilidades do time comandado por Domènec Torrent e, mais do que isso, motivou uma entrevista que, certamente, expõe ainda mais o técnico espanhol nos bastidores rubro-negros. Após o jogo, o treinador do Del Valle, Miguel Ángel Ramírez, foi protagonista de declarações emblemáticas, que ajudam a indicar o que um rival que já foi derrotado pelo Flamengo de Jorge Jesus sente ao enfrentar a equipe carioca agora treinada pelo ex-auxiliar de Pep Guardiola. A certeza que se tem, a partir das palavras do técnico rival, é de que o time rubro-negro, embora ainda conte com os mesmos jogadores que superaram o Dell Valle em fevereiro, na Recopa Sul-Americana, hoje em dia é mais fácil de ser batido. E é justamente por causa desse motivo que boa parte da torcida flamenguista já defende a demissão de Torrent.
“Nós, como equipe… Eu pessoalmente não tenho nenhuma dúvida de que somos muito melhores”, afirmou Ramírez, em entrevista coletiva após a partida válida pela 3ª rodada da Copa Libertadores. Para ele, o Flamengo atual só é perigoso individualmente, já que o posicionamento da equipe de Domènec Torrent é bem distinto do apresentado durante a era Jorge Jesus. “O Flamengo tem comportamentos defensivos diferentes e ofensivamente acredito que respeitam um pouco mais suas posições, são posicionais. O Flamengo da Recopa tinha comportamentos ofensivos bastante distintos em relação ao posicionamento, e por aí pode ser que sejam um pouco mais fáceis de defender na atualidade sendo o que são, tendo a hierarquia que têm, em ações individuais giram, ganham no espaço, são muito bons, mas individualmente”, analisou.
Apesar de mostrar as fragilidades do time comandado por Dome, a avaliação de Ramírez, não carrega nenhum tipo de soberba ou arrogância. O treinador, que chegou a ser cotado para substituir Jorge Jesus quando o treinador português acertou a volta ao Benfica, tratou de fazer elogios ao Flamengo, a quem tratou como “o melhor time da América”. “É uma noite que fica na história. Superamos o melhor time da América, que por pouco não venceu o Liverpool. Estou muito emocionado. Vamos lembrar disso para sempre. Muita felicidade. Acredito que por noites como esta é que você se torna jogador, se torna técnico”, celebrou. “Acredito que, além do resultado e de como ele é construído, o nosso objetivo é fazer as pessoas desfrutarem. E felizes por representar um país também. Nesta noite, o Equador tem que se sentir orgulhoso destes jogadores e deste clube, que estão fazendo as coisas tão bem. Creio que estão fazendo coisas para ter noites como esta. Esta noite não será esquecida, uma noite mágica”, finalizou.