SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para Day Mesquita, 34, voltar à rotina de trabalho após meses em casa por causa da pandemia do novo coronavírus não foi nada fácil. Intérprete de Poderosa, protagonista da trama “Amor Sem Igual” (Record), a atriz afirma que sentiu frio na barriga no primeiro dia de gravação, que aconteceu no dia 10 deste mês.
Em entrevista à reportagem, Mesquita diz que apesar de ter sofrido com ansiedade, conseguiu se recuperar da tensão com rapidez. “Essa coisa de ficar parada muito tempo foi um pouco tenso. O primeiro dia foi difícil, eu pensava: ‘Meu Deus, será que ainda sei fazer?’. Estava um pouco travada, mas na metade do dia a coisa foi acontecendo e na gravação seguinte já estava tudo bem”, conta a artista, por telefone.
No início do isolamento social, Mesquita recorda que acreditava que a paralisação das gravações duraria apenas 15 dias, mas quando entendeu a gravidade da pandemia, quis focar em outras práticas como ioga e estudos de inglês online. Agora, ela diz assimilar o “novo normal” dentro dos estúdios Casablanca, no Rio de Janeiro.
“Temos que ter mais atenção e mais cuidado também fora do estúdio, fora de casa. Usar álcool em gel e máscara e, claro, isso aumenta muito quando estamos lá [estúdios] já que temos contato com outras pessoas”, diz Mesquita, que garante não largar seu spray de álcool em gel por nada. “Estou sempre com ele [risos]. Nos dois primeiros dias foi algo que precisei me atentar, depois virou automático.”
Day Mesquita conta que o processo de retomada das gravações aconteceu quando ainda estava em casa. Segundo ela, os atores receberam alguns capítulos e a pedido do diretor, Rudi Lagemann, também conhecido como Foguinho, o elenco passou por um reaquecimento com preparação especial.
“Fizemos encontros virtuais para estudar as cenas, voltar mais aquecidos. Nada se perdeu durante esse tempo, tudo se manteve”, diz a atriz, que não faz questão de esconder o carinho que sente pela trama de Cristiane Fridmann. “A novela é leve, apesar de tratar temas mais densos. Eu me divirto. Estava com vontade de concluir este trabalho.”
Já na reta final das gravações, Mesquita afirma que logo terá que se despedir de Poderosa, uma mulher que sofreu muitas dificuldades na vida e se tornou garota de programa. “Já gravei a última cena em um dos cenários. Estou tentando aproveitar ao máximo cada cena, cada momento, porque eu sei que vai acabar daqui a pouco.”
A trama, diz a atriz, teve poucas mudanças no roteiro ocasionadas pela Covid-19. “Alguns capítulos tiveram que ser readaptados mais em questão de cenário e cenas com mais pessoas.” A pausa da exibição da novela foi um momento crucial para a personagem protagonista.
A sua principal revelação -sua verdadeira identidade como Angélica, filha bastarda de Ramiro (Juan Alba)- foi descoberta nas últimas cenas que foram ao ar, em abril passado. Mesquita afirma que o momento em que houve a paralisação se assemelha ao final de temporada de série. “Foi no auge da trama. Tudo que o público esperava desde o início da novela vai acontecer neste retorno.”
Par romântico de Rafael Sardão, que vive o mocinho do interior, Day Mesquita conta que o reencontro com o parceiro de cena fluiu muito bem. Ela relembra o momento em que os dois fizeram uma live nas redes sociais para matar a saudade e, também, prestigiar os fãs do casal protagonista.
“Sempre discutimos sobre cena, personagem, o que a gente acha do caminho, e isso ajuda a enriquecer o resultado. Temos esse troca muito boa. Na primeira cena que a gente fez, eu já senti que voltou tudo na hora, não teve grandes dificuldades”, afirma a atriz.
Sem querer dar spoilers, Mesquita diz que os fãs do folhetim podem se preparar para muitas reviravoltas e desfechos. “Quando recebi os capítulos e agora gravando, é muita coisa acontecendo. Já estou doida para ver no ar, muita surpresa”, completa.
A Record ainda não definiu o retorno de “Amor Sem Igual” à TV, que hoje é substituída por “Apocalipse”, de Vivian de Oliveira. A trama tem mantido a vice-liderança da emissora na faixa horária, segundos dados do Kantar Ibope. Na terça passada (25), a trama teve 7 pontos de média, com 9 de pico na Grande São Paulo (cada ponto na região equivale a 74.987 casas). Já no Rio de Janeiro, o folhetim teve a mesma média, mas pico de 8 (cada ponto corresponde a 47.454 domicílios).