O infectologista David Uip, ex-coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo, avaliou que existem três desafios na retomada das atividades: observar como a curva evolui com o avanço do Plano São Paulo, a volta às aulas com mais de 15 milhões de pessoas e as eleições nos dias 15 e 29 de novembro — que tem as convenções iniciadas já no fim de agosto. “O novo normal não inclui as pessoas abandonarem os hábitos de usar máscara, álcool em gel e distanciamento social“, ressaltou.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Uip destacou uma preocupação especial com os jovens. “Eles querem liberdade, mas isso tem que vir junto com medidas de proteção. Não é isso que eu estou vendo.” De acordo com ele, apesar da resposta dos jovens ao novo coronavírus ser geralmente positiva, eles vão para casa e podem contaminar pais, avós e tios. Quanto à vacina, David Uip diz estar otimista — mas declarou que é necessário respeitar as fases de testes. “As fases pré-clínicas foram avançadas, mas agora precisam ser preservadas. A primeira vacina não necessariamente é a melhor. Importante ficar atento aos protocolos de cada uma deles e tomar decisões maduras”, alertou. Uip ainda disse que o Brasil, na questão de logística, é bom — e que as fábricas para produção da vacina já estão em obras.
David Uip ressaltou que a definição de imunidade de rebanho só funciona para os que foram vacinados — porque se conhece a eficácia e o percentual que afete anticorpos. A imunização natural, que é adquirida nas ruas, deve ser levada com uma consideração diferente. “Essa imunidade de rebanho não pode gerir a política pública. Se a gente fala que São Paulo já atingiu sem ainda ter chego lá, as pessoas vão estar mais avessas e desprotegidas.”