A Polícia Federal está apurando se funcionários da Prefeitura de São Paulo estão envolvidos numa suspeita de fraude em contratos da saúde durante a pandemia da Covid-19. A Operação Nudus, deflagrada nesta quinta-feira, 06, verifica indícios de irregularidades na compra de mais de seiscentos mil aventais que custaram R$ 11 milhões. Os investigadores cumpriram seis mandados de busca e apreensão e ninguém foi preso; os procedimentos foram cumpridos com apoio do Tribunal de Contas da União. A suspeita recai sobre um órgão extinto recentemente: a Autarquia Hospitalar municipal, que faz a gestão de 25 hospitais da cidade. As atribuições do órgão serão absorvidas pela administração direta da capital paulista.
O delegado da Polícia Federal, Adalto Machado, diz que os próximos passos da operação têm como objetivo descobrir se houve participação de servidores públicos. O delegado ressalta que quatro empresas são investigadas e que elas não tinham experiência ou capacidade técnica para a confecção desses aventais médicos. Adalto Machado afirma que as compras foram feitas com dispensa de licitação e usaram verbas repassadas pelo governo federal para combate à Covid-19.
Durante inauguração de novas Instalações na UBS Zumbi dos Palmares, no Jardim São Luiz, o prefeito Bruno Covas disse que o suposto desvio de recursos é inadmissível e que vai colaborar com as investigações. Também nesta quinta-feira, a Justiça obrigou a Prefeitura a garantir aos cidadãos o acesso integral aos dados referentes às contratações durante a pandemia. O prazo para que o Poder Público atenda à determinação judicial é de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini