A atuação do VAR chamou atenção na partida entre Santos e Flamengo, válida pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, no último domingo, 30. Em duas ocasiões, o árbitro goiano Wilton Pereira Sampaio, que apitou o duelo no estádio da Vila Belmiro, precisou do auxílio do vídeo para a checagem de dois gols irregulares do Santos. Somadas as duas intervenções, a bola ficou parada por cerca de 10 minutos. De acordo com Leonardo Gaciba, chefe de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o tempo de análise elevado não se enquadra na média das últimas cinco rodadas do campeonato, que, até o momento, é pequena.
“Aconteceram dois lances de altíssimo grau de dificuldade. Acredito que possamos evoluir em relação ao tempo de análise da jogada até chegarmos a uma conclusão. Foram lances muito ajustados. Apenas com uma ferramenta muito precisa poderíamos chegar a essa marcação. Durante as cinco primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, o tempo do VAR não foi muito levado em conta e esse é seu grande sentido. Um jogo com uma demora maior acaba passando essa sensação de que a ferramenta é demorada. No entanto, no bojo do campeonato, as análises estão sendo feitas em um tempo adequado, dentro de uma média internacional”, disse Gaciba.
O lance gerou comentários contrários à utilização da ferramenta. Cuca, técnico do Santos, chegou a afirmar que o árbitro de vídeo “brincou” no jogo. Dirigentes santistas entraram no gramado da Vila Belmiro no intervalo para cobrar Wilton Pereira Sampaio. Gaciba, por sua vez, afirma que os técnicos da CBF seguem diretrizes internacionais. “O VAR não afere a distância de impedimento. Ele passa uma linha precisa para dizer se o jogador está ou não adiantado. Uma interpretação de pouco impedido ou não é uma questão de regra do jogo. A CBF segue as normas internacionais. Esse é o padrão da Fifa e da Conmebol para dizer se o jogador está impedido ou não”, explicou o chefe de arbitragem.
Gaciba comparou ainda o VAR a uma ambulância. Ele diz que o árbitro de vídeo é uma ferramenta que só deve ser chamada em situações de emergência e que precisa trazer resultados eficazes, prioritariamente rápidos. “Ninguém está discutindo acertos e erros. Isso é muito bom. A partir do momento que temos de evoluir em tempo, isso é espetacular. As decisões estão sendo corretas e para isso o VAR foi criado. Se conseguir ser rápido e preciso, ótimo. O VAR é uma espécie de ambulância, ele só chamado em caso de emergência. Se ele conseguir atender essa emergência rapidamente e conseguir salvar o socorrido, maravilhoso. Agora, se ele demorar para socorrer e mesmo assim salvar a vítima, também é válido. O que não pode acontecer é ser rápido e errar ou ser demorado e errar, o que é pior ainda”, completou.
*Com informações do Estadão Conteúdo