O cantor sertanejo Leonardo, cujo nome verdadeiro é Emival Eterno da Costa, foi incluído na “lista suja” do governo federal, que relaciona empregadores envolvidos em casos de trabalho análogo à escravidão. A inclusão de Leonardo na lista se deu após uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego, em novembro de 2023, na Fazenda Talismã, localizada em Jussara, Goiás. Na ocasião, seis trabalhadores foram resgatados em condições degradantes, configurando um caso de escravidão contemporânea.
Em resposta, Leonardo se manifestou por meio de suas redes sociais, afirmando que a área da fazenda mencionada estava arrendada para terceiros e que ele não tinha envolvimento direto com as condições de trabalho dos funcionários. Ele expressou surpresa e tristeza com a situação e declarou que não conhece as pessoas responsáveis por colocar os trabalhadores nas condições relatadas. Segundo o cantor, ele jamais permitiria que algo assim acontecesse.
A Fazenda Talismã, que possui cerca de mil hectares, é majoritariamente utilizada para pecuária bovina e, em 2022, foi arrendada para a produção de grãos, como soja e milho. Leonardo explicou que, desde o arrendamento, não acompanhou de perto as atividades na fazenda. Ele também afirmou que, após a fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT), foi multado como proprietário da terra e que já havia quitado a multa, encerrando o processo administrativo.
A lista suja é atualizada semestralmente e tem o objetivo de promover transparência sobre as ações de combate ao trabalho análogo à escravidão no Brasil. A inclusão do nome de Leonardo ocorre em um contexto mais amplo de fiscalização, que identificou 176 novos empregadores violando as leis trabalhistas, com destaque para setores como pecuária, produção de carvão vegetal, extração de minerais, cultivo de café e construção civil.