Bolsonaro: ‘Quem tem bom preparo não precisa se preocupar com essa tal de pandemia’

Após o Brasil passar de 120 mil mortes pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quarta-feira, 2, a minimizar os efeitos da doença, ao reafirmar que “um cara bem preparado” não tem com o que se preocupar em relação a essa “tal de pandemia”. Bolsonaro, que contraiu o novo coronavírus em julho, usou o próprio exemplo para tentar embasar o argumento. Em evento fechado no Palácio do Planalto, ele também voltou a comparar a enfermidade a uma “chuva”. “Quando se fala também nessa tal de pandemia, que desde o início eu apanhei muito… Eu falava ‘quem tem um bom preparo, está bem de saúde, não tem com o que se preocupar, pô’. É igual a uma chuva, pô. Se o cara está com um problema qualquer, chuvinha vira uma pneumonia e pode ter problema”, disse, em evento para receber o Discóbolo de Ouro, símbolo da Educação Física que é a mais alta honraria entregue pelos Conselhos Regionais de Educação Física (Crefs). “Se o cara está bem preparado, é o meu caso, apesar dos 65 anos, vocês vão chegar lá ainda, não adianta ficar rindo”, afirmou, em tom de brincadeira.

Nesta terça-feira, Bolsonaro deu outra declaração que causou polêmica, ao dizer que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, logo depois que uma apoiadora lhe pediu “não deixa fazer esse negócio de vacina não”. A declaração foi aplaudida e repercutiu em vídeo que circula nas redes sociais. Durante a gravação, a mulher ainda afirma ser farmacêutica e diz que ‘nenhuma vacina pode entrar no mercado em menos de 14 anos’. Não há consenso sobre o tempo mínimo de produção de um imunizante e nem regra sobre circulação no mercado. Até hoje o procedimento mais rápido de produção aconteceu com a vacina contra o sarampo que levou dez anos para ficar pronta (doença descoberta em 1953 e imunizante comercializado em 1963).

Bolsonaro foi diagnosticado com coronavírus no dia 7 de julho, e se recuperou da doença sem apresentar nenhum sintoma grave. Ele atribui isso ao uso da hidroxicloroquina, apesar de estudos demonstraram que o medicamento não é eficaz. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro afirmou que “tem conversado com médicos renomados que dizem que, na sua experiência e observação, a cloroquina tem dado certo”.

* Com informações do Estadão Conteúdo

By Ewerton Souza

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